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Polícia indicia 10 PMs por desaparecimento de Amarildo

Giuliander Carpes

Do UOL, no Rio

01/10/2013 21h04

O Ministério Público recebeu na noite desta terça-feira (1º) o inquérito sobre o desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, 47, ocorrido no dia 14 de julho durante uma operação policial na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios, indiciou dez policiais militares inclusive o ex-comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da comunidade, o major Edson Santos, que era o responsável pela unidade no dia do desaparecimento.

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"A coragem que tempera o inquérito do caso Amarildo é inversamente proporcional ao destaque diminuto que as conclusões policiais receberam nos meios de comunicação: parece que se trata apenas de mais uma peça produzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro"

Os dez policiais foram indiciados pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver, e foi pedida a prisão preventiva de todos eles. O promotor Homero das Neves Freitas deve fazer a denúncia à Justiça nos próximos dias.

Cerca de dois meses após o sumiço de Amarildo, o major Edson Santos foi substituído pela major Pricilla de Oliveira Azevedo.

O Ministério Público não confirma os nomes dos outros nove policiais militares indiciados.

Desaparecimento

Amarildo foi visto pela última vez no dia 14 de julho durante a operação policial “Paz Armada”, que tinha o objetivo de desestabilizar o tráfico de drogas na Rocinha. Segundo testemunhas, ele teria sido levado pelos agentes Douglas Roberto Vital Machado, conhecido como Cara de Macaco, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Marlon Campos Reis e Victor Vinícius Pereira da Silva.

De acordo com o inquérito, Cara de Macaco seria desafeto da família do pedreiro e abordou Amarildo quando ele saía de um bar nas proximidades de sua casa. O PM teria conversado com o comandante Edson Santos pelo rádio e recebido ordens para levá-lo para a sede da UPP.