Após vídeo em prisão, CNN diz que cenas chocam mesmo 'país que convive com violência'
O vídeo que mostra três presos decapitados no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, foi noticiado pela imprensa internacional. As imagens foram divulgadas nesta terça-feira (7) pelo jornal "Folha de S.Paulo".
O "Clarín" se referiu ao vídeo como "brutal"
O "Daily Mail" definiu vídeo como "chocante"
A rede de TV americana CNN classificou as cenas como horríveis, "mesmo em uma país que convive com a violência". Segundo a reportagem, por trás do incidente da decapitação está uma "uma infinidade de problemas no sistema penal brasileiro que criam um ambiente onde algo assim pode acontecer".
O vídeo foi gravado por detentos da unidade prisional em 17 de dezembro e divulgado pelo Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Maranhão.
O jornal argentino "Clarín" se referiu ao vídeo como "brutal". De acordo com o periódico, a divulgação das imagens "causou uma forte polêmica no Brasil pelo caos que se encontra o sistema carcerário que permite esse tipo de situação".
O jornal inglês "Daily Mail" definiu o vídeo como "chocante" e "horrível" a ponto de não poder ser veiculado. O periódico, no entanto, publicou em sua versão na internet quatro imagens extraídas do vídeo.
A reportagem do "Daily Mail" lembra que o Brasil será a sede da próxima Copa do Mundo e que o Maranhão é relativamente próximo a Fortaleza, uma das cidades que vai sediar jogos da competição.
A divulgação do vídeo foi criticada pelo governo do Maranhão. Em nota, a gestão de Roseana Sarney (PMDB) classificou as imagens como "um ato de completa selvageria", mas afirmou que "divulgar esse tipo de gravação é repudiante, pois só corrobora com uma ação no mínimo criminosa".
Crise no Maranhão
O Complexo Penitenciário de Pedrinhas registrou ao menos 173 mortes desde 2007. Em 2013, foram 60 mortes dentro da unidade que possui 1.700 vagas, mas abriga 2.200 presos.
Segundo o governo do Estado, as mortes ocorreram por causa de brigas entre facções criminosas. Por conta da violência, a Polícia Militar assumiu a segurança do complexo em 27 de dezembro.
Em represália, presos ordenaram ataques a quatro ônibus e a uma delegacia na última sexta-feira (3). Duas crianças e três adultos se feriram depois que um ônibus foi incendiado em São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís.
A menina Ana Clara Sousa, 6, não resistiu e morreu na última segunda-feira (6) com 95% do corpo queimado. As outras quatro pessoas, entre elas uma bebê de 1 ano e 5 meses, estão internadas.
Relatório do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) produzido no fim de dezembro apontou que o governo perdeu o controle da unidade, não evitando mortes e até estupros de parentes de detentos que visitam o local.
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