Cabral fala em ataques orquestrados; Dilma promete enviar tropas
O governo do Rio de Janeiro atribui os recentes ataques a UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) a uma ação coordenada das organizações criminosas e aguarda ajuda federal para conter a onda de violência na cidade. Nesta sexta-feira (21), o governo federal informou que enviará tropas federais ao Estado.
Após quase duas horas de reunião com a presidente Dilma Rousseff e toda a cúpula da segurança no Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB) disse que os ataques ocorridos ontem na cidade já haviam sido identificados pelos serviços de inteligência e que seriam uma tentativa de desmoralizar o governo. Ele viajou a Brasília para pedir o envio de tropas federais ao Estado.
Dilma colocou à disposição do Rio homens da Força Nacional e das Forças Armadas, mas os detalhes do auxílio federal deverão ser definidos somente na próxima segunda-feira, quando Cabral receberá no Rio o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general De Nardi.
“Desde janeiro, esses ataques passam a ser mais intensos e, de fato, a coordenação e a determinação foram detectadas e [uma] ação orquestrada se viu ontem no Rio de Janeiro de maneira clara e contundente”, afirmou o governador após o encontro.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, já havia confirmado que a ordem para os ataques às UPP ocorridos ontem partiram de chefes de uma facção do tráfico que estão dentro de um presídio.
"Temos, sim, confirmado. Eu posso dizer isso a vocês, nós temos isso confirmado. E o que nós viemos fazer aqui [reunião no Centro Integrado de Comando e Controle] é exatamente um plano para que nós possamos proteger sem dúvida nenhuma a cidade de mais esta crise", afirmou Beltrame.
O coronel Frederico Caldas, comandante geral das UPPs, também já tinha feito análise no mesmo sentido sobre a onda de ataques.
"Há uma conexão entre os episódios [ataques de ontem às UPPs de Manguinhos e Camarista-Méier]. Até então nunca tivemos um evento tão extremo. O que aconteceu ontem naquela região foi orquestrado."
Para o coronel, houve "uma conexão entre o que aconteceu" nas diferentes comunidades. Caldas também defendeu a presença de tropas federais para ajudar a polícia no Rio.
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