Diretoria de sindicato vai propor greve no Metrô-SP em assembleia de hoje
A diretoria do Sindicato dos Metroviários de São Paulo irá propor, em assembleia a ser realizada na noite desta quarta-feira (4), que os metroviários entrem em greve a partir de amanhã (5).
“Nós, enquanto diretores, achamos que a proposta do Metrô-SP não nos contempla. A assembleia é quem decide, mas nossa orientação vai ser pela greve”, afirmou Raquel Amorim, agente de segurança e diretora do sindicato. A assembleia será realizada na sede da entidade, que fica no Tatuapé, zona leste da capital.
Na tarde de hoje, representantes do sindicato e do Metrô realizaram a terceira reunião de conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), mas novamente não houve acordo. A greve foi anunciada pela categoria no último dia 27. Os metroviários estão em estado de greve há duas semanas. Hoje, houve protesto na praça de Sé e em algumas estações.
Os trabalhadores pedem reajuste de 16,5% nos salários e demais benefícios, plano de carreira --em especial para funcionários da segurança e da manutenção--, além de outras reivindicações, como aumento na PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e auxílio-creche.
Inicialmente, o Metrô ofereceu reajuste de 5,2%. Na semana passada, a companhia subiu a proposta para 7,8%. Na reunião de hoje, o Metrô ofereceu reajuste de 8,7%,
vale-refeição mensal de R$ 669,16 e vale-alimentação mensal de R$ 290. Juntos, os reajustes resultariam em um aumento de 10,6% a 13,3% nos rendimentos da categoria.
Segundo a assessoria do TRT, “as tratativas avançaram”, mas não houve acordo sobre o reajuste salarial, nem sobre o plano de carreira. O tribunal espera que as negociações prossigam até que as partes cheguem a um acordo.
O TRT-2 invocou novamente a “cláusula de paz” para que os metroviários não realizem greve em respeito à população. Já existe um pedido cautelar para manutenção de efetivo mínimo de funcionários, que só será julgado caso haja interrupção nos serviços.
Liberação de catracas
Segundo Raquel Amorim, a diretoria do sindicato não irá colocar em votação a proposta de liberação das catracas, em vez da paralisação dos serviços. A sindicalista afirmou que esta proposta já foi rejeitada pela categoria em duas assembleias anteriores.
“A liberação das catracas tem implicações legais. O metroviário pode ser demitido por justa causa ou até ser preso. A categoria tem medo. O nosso foco ao falar de catraca livre é dialogar com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que já se negou a liberar. É ele quem pode autorizar. Nós somos funcionários públicos”, afirmou.
Cerca de 4,5 milhões de pessoas usam diariamente o Metrô, que é o principal meio de transporte para o Itaquerão, estádio que abrirá o Mundial no dia 12. O Metrô tem quase 10 mil funcionários, dois terços deles envolvidos diretamente na operação.
Ameaça de greve para pressionar
Nos últimos anos, a praxe do Sindicato dos Metroviários tem sido aprovar greves com antecedência para forçar o Metrô a subir as propostas. Nos anos de 2010, 2011 e 2013, a categoria chegou a anunciar a paralisação, mas desistiu diante de propostas melhores.
A exceção ocorreu em 2012, quando os metroviários paralisaram por algumas horas, no período da manhã, o que revoltou o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Naquele ano, a categoria fechou acordo de reajuste de 6,17% e encerrou a greve.
Desde 2011, o Sindicato dos Metroviários é comandando por dirigentes ligados ao PSTU e ao PSOL. O grupo que está no poder do sindicato derrotou uma chapa ligada ao PCdoB, que estava há anos na direção da entidade.
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