Cidade de SP multará em até R$ 1.600 para quem lavar túmulo de cemitério
A prefeitura de Iracemápolis (157 quilômetros a noroeste de São Paulo) determinou que quem utilizar água para lavar os túmulos do Cemitério Municipal está sujeito a multa de até R$ 1.600. A decisão, tomada pelo prefeito Valmir Gonçalves de Almeida (PT), foi tomada depois que o alcaide foi ao local e flagrou munícipes lavando os túmulos.
Almeida decretou que lavar túmulos é uma forma de desperdiçar água e, dessa forma, incluiu a prática entre as passíveis de punição na lei municipal que coíbe os excessos. "Não há necessidade de lavar os túmulos diariamente. Isso é desperdício e deve ser contido neste período de estiagem", disse o prefeito por meio de assessoria de imprensa.
A proibição no cemitério, de acordo com ele, permanecerá até que chova o suficiente para a recuperação do volume dos mananciais. "É uma medida preventiva. Não podemos esperar o problema aparecer para só depois tomar alguma providência", disse Almeida.
A administração municipal esclareceu, ainda, que seguem proibidas a lavagem de veículos nas residências ou em postos de combustível; lavagem de quintal e calçadas, e também o abastecimento de piscinas públicas e particulares. “Também é proibida a captação de água bruta dos mananciais que abastecem as represas do município para fins de irrigação e uso industrial”, esclarece a administração, em nota. "Nossa prioridade são os casos de desperdício nas ruas, como pessoas lavando calçadas ou carros com mangueiras, ou até postos de gasolina que jogam água em carros", diz a prefeitura.
Entre os moradores da cidade, de pouco mais de 20 mil habitantes, a medida causou reações diversas. A comerciante Luiza Passos Santos, 28, aprovou a ação. “Está faltando água em todo lugar. É melhor se preocupar primeiro com os vivos”, disse ela. Já o professor Sebastião Salles Reis, 46, acredita que a medida é exagerada. “É preciso usar a água com parcimônia, mas essa proibição de tudo é exegerada”, disse.
Situação
Das três represas existentes na cidade, apenas uma delas, a Municipal, é usada para o abastecimento e apresenta nível considerado baixo para o período. Das outras duas, uma está seca e a outra, completamente cheia. Ela pode ser utilizada como fonte de abastecimento se necessário.
O prefeito ressalta, entretanto, que, apesar de neste momento Iracemápolis não correr o risco de ter racionamento de água, o consumo consciente deve ser priorizado. “Não podemos fechar os olhos para o resto do Estado. Estamos em um período de estiagem e a redução no consumo deve ser levada a sério mesmo que o problema não esteja ocorrendo aqui”, destacou o prefeito.
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