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Acusado de 39 assassinatos em Goiás diz que está com vontade de matar

Thiago Henrique Gomes da Rocha, 26, foi preso acusado de matar 39 pessoas em Goiás, incluindo 15 mulheres - Divulgação
Thiago Henrique Gomes da Rocha, 26, foi preso acusado de matar 39 pessoas em Goiás, incluindo 15 mulheres Imagem: Divulgação

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

20/10/2014 16h09

O delegado Eduardo Prado, responsável pela investigação que levou à prisão de Tiago Henrique Gomes da Rocha, 26, que teria confessado ter matado 39 pessoas em Goiânia, disse nesta segunda-feira (20) em entrevista à "TV Anhanguera", que o jovem perguntou aos agentes se quando ele for para o presídio poderá matar sem ser punido, uma vez que já está preso.

“[Ele] Disse que está com vontade de matar e perguntou se lá no presídio se ele matar algum preso se ele é isento ou não dá pena por já estar preso. Os agentes informaram a ele que se ele matar algum indivíduo no presídio ele vai responder criminalmente do mesmo jeito”, contou o delegado, destacando a preocupação dessa observação constante na cela.

Dentre os assassinatos, estão as mortes de 15 mulheres. Rocha está preso desde o último dia 14 na Denarc acusado pela polícia de assassinar mulheres, homossexuais e moradores de rua. 

Segundo a polícia, as mortes das mulheres e moradores de rua ocorreram por tiros; já homossexuais eram esganados. A polícia suspeita que ele tenha iniciado os assassinados em 2011.

A prisão dele foi durante uma força-tarefa envolvendo 150 policiais, que investigavam a morte de 16 pessoas. Após ser preso, ele confessou outros 23 assassinatos. Durante depoimento prestado à polícia, logo quando foi preso, o acusado contou suas vítimas por número, e não por nomes. Ao ser indagado por nomes das mulheres, ele fechava os olhos e lembrava os detalhes dos assassinatos descrevendo como “vítima número 1, número 2” e assim por diante até chegar ao 39º assassinato, segundo relato da polícia.

No último dia 16, Rocha tentou se matar e, segundo a polícia, ele usou uma lâmpada quebrada para cortar os pulsos e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros.

“A nossa preocupação dessa observação constante dele na cela, ele não tem amor próprio. Quando estou na sala ele pede fio dental e quando perguntamos se é para se suicidar ele dá uma risada sarcástica. A direção do sistema prisional irá ficar atenta para ter controle mais metódico a este indivíduo de alta periculosidade”, disse Prado.

Segundo o delegado, até quarta-feira (22) o acusado de assassinato em série deverá ser transferido da Denarc para uma unidade do sistema prisional de Goiás. Nesta segunda (20), foi iniciada a confecção de laudo psiquiátrico, que vai traçar o perfil psicológico de Rocha, para apontar se ele é um serial killer.

A polícia aguarda os inquéritos de delegacias de cidades de Goiás onde estavam sendo investigados assassinatos para que os documentos sejam anexados ao inquérito principal e ocorrer o indiciamento do acusado. Após a conclusão, o material será encaminhado ao MPE (Ministério Público Estadual), que deverá fazer a denúncia à Justiça.

Lê de trás para frente

O delegado contou que, na madrugada desta segunda-feira, Rocha pediu bebida alcoólica e num período de três horas leu 40 revistas de “trás para frente”. “Ele lê as frases de trás para frente de forma rápida, como se fosse dinâmica, e lendo em voz alta. Isso é muito estranho”, disse o delegado.

Devido ao grau de periculosidade, por enquanto, Rocha está preso em uma cela individual da Denarc. O advogado Tiago Vidal, que faz a defesa de Rocha, afirmou que o cliente confessou os crimes “porque ficou com medo no interrogatório”, mas que ele é inocente.