Órgãos reguladores aceitam que Sabesp use 2ª cota do volume morto
O DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) concordou nesta quarta-feira (22) que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) use uma segunda cota do volume morto do sistema Cantareira.
Na última sexta-feira (17), a ANA (Agência Nacional de Águas), que regula o manancial junto com o DAEE, já havia concordado com a utilização de mais 106 bilhões de litros de água do volume morto, água que fica no fundo das represas.
No entanto, a Sabesp só poderá dar início à captação depois que ANA e DAEE aprovarem uma resolução para estabelecer a quantidade e o formato da retirada da água. A ANA propõe que a captação seja feita em etapas.
Segundo a Sabesp, essa água deve começar a ser utilizada em novembro, quando a primeira cota terminar, para abastecer um terço da capital paulista (6,5 milhões de pessoas).
Reportagem de "O Estado de S. Paulo" revelou que a Sabesp usou água da segunda parte do volume morto sem autorização. A Sabesp diz que "não está descumprindo nenhuma decisão judicial".
A primeira parte do volume morto do Cantareira, com 182,5 bilhões de litros de água, começou a ser captada em 15 de maio deste ano. À época, o nível do Cantareira estava em 8,2% e subiu para 26,7%. Nesta quarta, o índice do Cantareira caiu para 3,2%, o menor de sua história.
Crise da água vira debate político
A crise de abastecimento de água que afeta São Paulo virou motivo para declarações polêmicas e troca de acusações entre PT e PSDB, inclusive entre os presidenciáveis.
Hoje, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que é "lamentável" que se queira tirar "proveito político" nas eleições da crise de falta de água.
A declaração foi em resposta ao presidente da ANA, Vicente Andreu, que ontem (21) se referiu ao uso da segunda cota do volume morto como uma "pré-tragédia".
(*) Colaborou Guilherme Balza, em São Paulo
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