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Órgãos reguladores aceitam que Sabesp use 2ª cota do volume morto

Seca afeta represa Jaguari-Jacareí, na cidade de Bragança Paulista (a 85 km de São Paulo), que faz parte do sistema Cantareira - Luis Moura / Parceiro / Agência O Globo
Seca afeta represa Jaguari-Jacareí, na cidade de Bragança Paulista (a 85 km de São Paulo), que faz parte do sistema Cantareira Imagem: Luis Moura / Parceiro / Agência O Globo

Fabiana Maranhão*

Do UOL, em São Paulo

22/10/2014 14h13Atualizada em 23/10/2014 16h14

O DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) concordou nesta quarta-feira (22) que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) use uma segunda cota do volume morto do sistema Cantareira.

Na última sexta-feira (17), a ANA (Agência Nacional de Águas), que regula o manancial junto com o DAEE, já havia concordado com a utilização de mais 106 bilhões de litros de água do volume morto, água que fica no fundo das represas.

No entanto, a Sabesp só poderá dar início à captação depois que ANA e DAEE aprovarem uma resolução para estabelecer a quantidade e o formato da retirada da água. A ANA propõe que a captação seja feita em etapas.
 
Segundo a Sabesp,  essa água deve começar a ser utilizada em novembro, quando a primeira cota terminar, para abastecer um terço da capital paulista (6,5 milhões de pessoas).
 
Reportagem de "O Estado de S. Paulo" revelou que a Sabesp usou água da segunda parte do volume morto sem autorização. A Sabesp diz que "não está descumprindo nenhuma decisão judicial".
 
A primeira parte do volume morto do Cantareira, com 182,5 bilhões de litros de água, começou a ser captada em 15 de maio deste ano. À época, o nível do Cantareira estava em 8,2% e subiu para 26,7%. Nesta quarta, o índice do Cantareira caiu para 3,2%, o menor de sua história.
 
 

Crise da água vira debate político

 
A crise de abastecimento de água que afeta São Paulo virou motivo para declarações polêmicas e troca de acusações entre PT e PSDB, inclusive entre os presidenciáveis.
 
Hoje, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que é "lamentável" que se queira tirar "proveito político" nas eleições da crise de falta de água.
 
A declaração foi em resposta ao presidente da ANA, Vicente Andreu, que ontem (21) se referiu ao uso da segunda cota do volume morto como uma "pré-tragédia".
 
(*) Colaborou Guilherme Balza, em São Paulo