Elas são vítimas da violência no Rio

Desde o começo de 2017, ao menos 12 crianças morreram vítimas de balas perdidas e disparos de armas de fogo na região metropolitana do Rio de Janeiro; em 2018, já foram dois casos.
As mortes cresceram com o aumento da criminalidade no Estado --2017 teve o maior número de casos de letalidade violenta nos últimos oito anos--, e se concentram majoritariamente na zona norte carioca e na Baixada Fluminense.
Há casos dentro de escolas, como o de Maria Eduarda, 13, e mesmo de crianças atingidas em casa, como Vitor Gabriel, 3, baleado enquanto brincava com os irmãos no sofá.
E a estatística não dá sinais de reversão. Nesta quarta-feira (7) à noite, uma criança de quatro anos foi atingida por uma bala perdida na Favela da Linha, no bairro Rio do Ouro, em São Gonçalo, na região metropolitana. João Pedro Soares da Costa foi baleado nas costas quando estava a caminho da igreja com o pai.
Atingida na cabeça por uma bala perdida, chegou sem vida ao hospital.
Sofia era filha de um policial militar, o soldado Felipe Fernandes. Com o 13º de 2016 e o salário atrasados, ele pediu ajuda aos amigos e familiares para comprar o presente de Natal dela, um patinete do filme "Frozen".
A menina já tinha a festa de aniversário de três anos planejada. Teria como o tema a personagem Minnie, da Disney,
De acordo com a Polícia Militar, não havia operação da corporação no momento. A suspeita é de que ela foi atingida durante troca de tiros entre criminosos de facções rivais que disputam o tráfico de drogas na região.
A família diz que Fernanda era vaidosa e gostava de se vestir de princesa. A menina foi enterrada com um vestido rosa, presente da madrinha, que seria usado em sua primeira comunhão.
Os tiros, parte de um conflito entre PMs e criminosos da região, atravessaram os muros do colégio.
Duda cresceu na favela da Pedreira, parte do Complexo do Chapadão, uma das áreas mais violentas da cidade. Ela sonhava em ser jogadora de basquete e, desde que começou a treinar, passou a colecionar medalhas.
Encurralado em meio a um tiroteio entre PMs e criminosos, acabou atingido por um tiro de fuzil na barriga.
A semana em que Paulo Henrique morreu foi marcada por tiroteios no conjunto de favelas devido a uma operação da PM para instalar uma torre de UPP blindada --além do adolescente, outras quatro pessoas foram vítimas de balas perdidas.
Em protesto, moradores fecharam parte da avenida Brasil.
Caçula de três irmãos, ela havia perdido um tio cinco anos antes, também morto por uma bala perdida.
Depois da morte, a família de Vanessa deixou a casa e se mudou para a residência de parentes em outra comunidade. No local, ficaram as marcas dos disparos que atingiram a parede da sala, o sofá, o computador e até uma cortina.
Ela havia acabado de comprar um carrinho para o bebê e estava chegando em casa, quando foi atingida na entrada da Favela do Lixão. A bala entrou pelo lado esquerdo de seu quadril e perfurou seu útero, ferindo Arthur.
Após a realização de uma cesárea de emergência, Arthur ainda sobreviveu por alguns dias, mas não resistiu aos ferimentos.
Renan foi baleado na cabeça em setembro, quando seu pai tentava escapar de um arrastão no bairro de Gramacho, também em Duque de Caxias. Os dois estavam saindo para passear em um domingo à tarde, quando perceberam que a rua estava fechada por homens armados.
O garoto foi levado ainda com vida para o hospital e chegou a resistir a nove paradas cardíacas, mas morreu um dia depois de ter sido atingido.
Os três esperavam a companheira do pai, quando um atirador passou em outro veículo disparando contra o local. Seu pai, Gustavo da Silva Figueiredo, 34, também morreu. Segundo familiares, os dois irmãos só escaparam porque fingiram estar mortos.
A polícia investiga se o atentado teria ocorrido por conta de uma disputa entre milicianos.
O pai da criança disse que ouviu um estrondo e correu, imaginando que uma das crianças tinha caído do sofá. Ele encontrou o filho no chão com a cabeça sangrando.
A família e vizinhos levaram o menino ao Hospital da Posse, unidade conhecida como o "Hospital da Guerra", devido à disparada recente de casos de vítimas de tiros, mas ele não resistiu. Os pais fizeram questão de doar os órgãos do pequeno Vítor, que teve os rins transplantados em outra criança.
Os amigos dizem que ele estava ansioso pela festa de fim de ano da escola. No 4º ano, chegou a pegar recuperação e passou com muito esforço.
Sete meses antes, o irmão de Eduardo, de 17 anos, também havia sido morto por uma bala perdida na favela. O Morro do Juramento vive uma guerra entre facções criminosas rivais, que disputam o controle do tráfico de drogas da região.
A família havia acabado de sair de uma lanchonete quando bandidos armados com fuzis anunciaram o roubo.
Ela era chamada pela família de Nana. Gostava de rosa e passava os dias repetindo as musiquinhas que aprendia na creche que frequentava.
Além de balearem Emily, os bandidos feriram o padrasto dela, Uesley Neves Lima, 36. A mãe da menina, Maria Auxiliadora, também foi ferida de raspão e deixou o hospital à revelia dos médicos ao saber da morte da filha.
Em protesto, moradores fecharam brevemente as linhas Vermelha e Amarela e a avenida Brasil, três das principais vias do Rio.
A escola em que Jeremias estudava estava fechada por conta de uma operação da polícia que ocorria desde cedo no conjunto de favelas.
Ele jogava futebol com amigos quando foi atingido no tórax por uma bala perdida, fruto de disparos entre policiais e criminosos. Sonhava em ser missionário.
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