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"A Maré chora, o Rio chora, o Brasil inteiro chora", diz irmã de vereadora assassinada

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

15/03/2018 12h23

Bastante comovida pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), a professora e irmã da vítima, Anielle Silva, desabafou após a liberação do corpo no IML (Instituto Médico Legal), nesta quinta-feira (15). O sepultamento da parlamentar acontece na tarde de hoje no Cemitério do Caju após velório na Câmara Municipal.

"A [favela da] Maré hoje com certeza chora, o Rio chora, o Brasil inteiro chora", disse. "Ela só tinha um ano de mandato. Não entendo por que ela incomodava tanto. Não era para ser assim, não tinha necessidade de ser assim. Foi um ato covarde", declarou.

Anielle disse que a família sente medo após o assassinato.

Sempre fica um medo. Eu tenho uma filha de dois anos. Tem a filha dela, temos dois pais. A gente sempre tem medo. Eu estou meio perdida. Não sei ainda o que a gente vai fazer.

Anielle Silva, irmã de Marielle Franco

13.mar.2018 - Anielle Silva, irmã da vereadora Marielle Franco, diz que a família está com medo - Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo - Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo
13.mar.2018 - Anielle Silva, irmã da vereadora Marielle Franco, diz que a família está com medo
Imagem: Jose Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo

Ela negou que Marielle tivesse relatado algum tipo de ameaça. "A gente esteve junta no domingo [11], conversando. Não tinha ameaça nenhuma", afirmou.

Anielle também acrescentou que não tem informações sobre uma possível execução da vereadora --essa é a principal linha de investigação da polícia. "A gente não sabe, eu não sei, não adianta me perguntar se foi execução porque não tenho essa resposta ainda."

A perícia identificou ao menos nove disparos contra o veículo, todos na direção da vereadora, que estava no banco de trás. Marielle foi atingida por ao menos quatro tiros e morreu na hora. O motorista Anderson Pedro M. Gomes, 39, também foi atingido pelos disparos e morreu no local. Policiais disseram que os responsáveis pelo crime tinham conhecimento sobre a posição exata que a vereadora ocupava no veículo, que possuía vidros escuros.

Ela pediu respeito à imagem da vereadora. "Tem muita coisa circulando que não deveria circular. É mentira. São famílias como todas as outras", afirmou, referindo-se também ao motorista Anderson.

"Todo mundo deveria estar de luto hoje. Ela era uma pessoa muito boa. Estava lutando muito pelas mulheres negras. A família está muito sentida e a gente espera por justiça", afirmou.

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