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Responsabilidade por museu "não é exclusiva" do governo Temer, diz ministro da Educação

Foto: Agência Basil
Imagem: Foto: Agência Basil

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

03/09/2018 13h37Atualizada em 03/09/2018 15h08

O ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, afirmou nesta segunda-feira (3) que a responsabilidade pela falta de manutenção e de investimentos no Museu Nacional no Rio de Janeiro “não é exclusiva” do governo do presidente Michel Temer (MDB). Mais cedo, o reitor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Roberto Leher, e o diretor do Museu Nacional, Alex Kellner, responsabilizaram o governo federal pela falta de recursos para a instituição.

Para Rossieli, essa responsabilidade deve ser compartilhada entre o atual governo federal, assim como com as gestões anteriores, e a sociedade em geral. “O governo reconhece sua responsabilidade. O governo sempre tem responsabilidade seja no ensino médio, seja na alfabetização, seja na administração. Mas, não é deste governo que essas discussões sobre o papel e a forma da gestão têm sido feitas ao longo do tempo. Na nossa gestão, estamos buscando”, declarou.

“Sim, a responsabilidade é do governo federal, é da universidade federal [do Rio de Janeiro] junto conosco, é da sociedade de uma forma em geral, mas não é, não é exclusiva de agora. Nós temos repassado recursos para a universidade”, acrescentou ao ser questionado novamente sobre o assunto.

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Soares afirmou que o orçamento do Ministério da Educação está sendo melhorado para 2019 o que, segundo ele, é um indicativo importante em tempos de ajuste fiscal. No entanto, ressaltou que a reforma necessária não foi feita mesmo quando se tinha mais recursos disponíveis. O ministro afirmou ainda ter tido uma reunião com o reitor da UFRJ, Roberto Leher, há cerca de 15 dias e ter tratado da reforma do Museu Nacional.

O ministro afirmou que o governo federal deverá liberar recursos emergenciais, mas não citou valores nem quando deverão ser disponibilizados. De acordo com o ministro, é preciso ver antes o laudo do incidente para ver se há risco de desmoronamento ou danos estruturais no edifício. Após concluídas as investigações, sob responsabilidade da Polícia Federal, se elaborará um projeto executivo para então estimar o orçamento necessário. Não há previsão de conclusão para nenhuma etapa.

“Não vai ser uma coisa que vai se resolver em um ano. É uma obra complexa, ainda que façamos o projeto executivo rapidamente e coloquemos a obra em execução rapidamente”, comentou.

O ministro disse também que o deputado federal Luciano Ducci (PSB-PR), relator da parte de educação da Lei Orçamentária Anual, se colocou à disposição para conversar sobre a inclusão de mais recursos voltados à UFRJ e à recuperação do museu nas previsões.

Soares viaja hoje para o Rio de Janeiro, onde se encontrará com autoridades locais e funcionários do museu.

Em entrevistas na manhã de hoje, funcionários do museu reclamaram que nenhum presidente ou ministro da Educação visitou a instituição nos últimos anos, nem mesmo nas comemorações de seu bicentenário. O último presidente a ter ido ao Museu Nacional, dizem, foi Juscelino Kubitschek (1956-1961).

Questionado sobre a questão, Rossieli justificou a ausência na cerimônia do bicentenário por incompatibilidade de agenda, mas que a pasta estava representada por outras autoridades. Em 6 de junho, data de início das festividades, o ministro teve agenda com parlamentares no gabinete em Brasília, diretores de institutos de educação e uma entrevista à imprensa para tratar do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).