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SP terá vale-alimentação para famílias e restaurantes para moradores de rua

Restaurantes podem se candidatar até final da quarentena; edital está disponível no site da Prefeitura - Antônio Gaudério/Folhapress
Restaurantes podem se candidatar até final da quarentena; edital está disponível no site da Prefeitura Imagem: Antônio Gaudério/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

02/04/2020 21h36

A Prefeitura de São Paulo anunciou hoje a convocação de restaurantes para garantir alimentação de moradores em situação de rua durante a pandemia do novo coronavírus. Além disso, em outra medida, comunicou que as famílias de crianças em situação de vulnerabilidade social receberão "cartões alimentação" para garantir a compra de comida.

A primeira iniciativa, batizada de Projeto Rede Cozinha Cidadã, é liderada pela Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, mas conta com o apoio de outras secretarias. A ideia, segundo a Prefeitura, é fomentar a participação de comércios e pequenos restaurantes, gerando renda aos estabelecimentos durante as medidas de isolamento social, ao mesmo tempo em que garante alimentação a moradores de rua.

A iniciativa foi celebrada pela secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da cidade, Aline Cardoso. "Estamos em contato com os chefs e donos de restaurantes parceiros do Observatório da Gastronomia (colegiado da própria secretaria) divulgando o projeto, que pode ser crucial para a sobrevivência de estabelecimentos gastronômicos em São Paulo", disse.

Estabelecimentos de alimentação da capital paulista interessados em participar do fornecimento das refeições devem se candidatar em um edital, que ficará disponível até o final da quarentena no site da Prefeitura. Além de uma marmita, os beneficiados receberão água e um folheto educativo a respeito do coronavírus. O foco, segundo a Prefeitura, é atender regiões com maior concentração de moradores de rua: Sé, Mooca, Lapa, Santo Amaro, Vila Mariana, Santana e Pinheiros.

"É fundamental ajudar a população em situação de rua a se alimentar e ter autonomia, ainda mais no momento grave em que vivemos com a pandemia do Coronavírus. O Projeto Rede Cozinha Cidadã oferece a essas pessoas a dignidade e os direitos básicos para se viver, além de ajudar restaurantes a se manter na crise financeira", acredita a secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Claudia Carletto.

Cartões alimentação

Ainda hoje, a Prefeitura anunciou uma parceira para distribuir "cartões alimentação" às famílias de 273 mil crianças matriculadas na rede municipal de ensino, em situação de vulnerabilidade social e cadastradas no programa Bolsa Família.

Além disso, 80 mil estudantes que atendem aos critérios do programa, mas que não o recebem, serão beneficiados. Ao todo, o investimento para a iniciativa será de R$ 24 milhões ao mês durante a pandemia.

As famílias receberão os cartões pelo correio no endereço cadastrado durante o período de matrículas escolares. Os valores mensais variam conforme a etapa escolar do estudante: R$ 101 para estudantes de creches e CEIs, R$ 63 para alunos de EMEIs e R$ 55 para quem frequenta EMEFs.

"A gente sabe que grande parte dos nossos 950 mil alunos está em situação de alta vulnerabilidade e são exatamente esses que foram elencados pela Secretaria Municipal de Educação para continuarem a receber alimentação, mesmo com as escolas fechadas. Sabemos que essas pessoas, muitas vezes, contam exclusivamente com a alimentação que é fornecida dentro das escolas", explicou o prefeito Bruno Covas (PSDB).

"Estamos ampliando o atendimento aos estudantes em situação de vulnerabilidade social em São Paulo e incluindo mais 80 mil crianças que também necessitam de auxílio do poder público. Não estamos medindo esforços para minimizar os efeitos da pandemia de coronavírus em nossa cidade", acrescentou o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano.

Além do cartão, as família receberão informações sobre nutrição e indicações de alimentos saudáveis. A compra de bebidas alcoólicas é proibida.

"As 320 mil crianças que recebem o Leve-Leite vão continuar recebendo o benefício. Parte dessas crianças são alunos nossos e, portanto, isso já está incluído nesse cartão alimentação. Por isso que o valor do aluno na creche é maior do que o valor do aluno nos ensinos infantil e fundamental", disse Bruno Covas.

"Já as crianças que não estão nas nossas creches, e que hoje recebem o benefício, vão continuar recebendo pelos correios, da mesma forma como recebiam antes da pandemia", acrescentou.

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