SP: após protesto contra prisão em favela, PM lança bombas e trava avenida
A prisão de um homem na favela do Moinho, região central de São Paulo, na manhã de hoje, terminou com uma operação policial que envolveu desde arremessos de munição química contra moradores até o fechamento da avenida Rio Branco.
Segundo a assessoria de imprensa da PM, policiais do 7º Baep (Batalhão de Ações Especiais) detiveram na manhã de hoje um suspeito na favela. A corporação não revelou a identidade do homem nem o crime que supostamente teria cometido ou para onde ele foi levado.
Imagens feitas por moradores do entorno da favela mostram policiais militares com escudos, em fileiras, atirando munição química na entrada principal da favela. Segundo a corporação, a utilização do artefato ocorreu para amenizar os ânimos dos moradores que protestavam contra a prisão do suspeito.
Moradores afirmaram à reportagem que a situação até o início da tarde era "muito crítica e emergencial". "Em plena pandemia e com isolamento recomendado, policiais têm violentado moradores, torturado, e nesse momento fecharam as duas entradas da favela e estão reprimindo a comunidade", disse um morador.
A corporação afirmou que, por volta das 13h40, a situação estava controlada. A PM disse também que, além do primeiro suspeito preso, nenhuma outra pessoa foi detida e que ninguém, nem morador nem policial, se feriu durante a operação. Vizinhos, no entanto, afirmam que três jovens foram levados em carros da polícia, sendo "um deles, desacordado de tanto apanhar".
Os moradores relataram ainda que um grupo de policiais está, nas últimas semanas, indo até a favela e praticando tortura para obter informações sobre pontos de venda de drogas. A corporação nega a informação, mas diz que, caso haja irregularidades, elas serão investigadas no devido processo legal.
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