Prefeitura de SP recorre a feriadão após fracassos contra baixo isolamento
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), sancionou a lei que antecipa dois feriados para esta semana, na quarta (20) e quinta-feira (21). Com a opção de ponto facultativo na sexta-feira (22), moradores da capital paulista têm feriado decretado entre 20 e 24 de maio.
Segundo o tucano, a antecipação dos feriados na capital e no estado é uma das "últimas cartadas" para aumentar o isolamento social como medida contra o novo coronavírus. Em dias úteis, o índice de isolamento no estado oscila entre 47% a 48%. Na capital, a taxa costuma variar de 47% a 48% de segunda a sexta-feira — e aumenta nos finais de semana.
O megaferiado pode ainda ganhar mais um dia, a segunda-feira (25), caso o estado antecipe mais uma data: o feriado estadual de 9 de Julho, que lembra a Revolução Constitucionalista.
A rede pública da cidade de São Paulo tem hoje cerca de 90% de seus leitos de UTI ocupados. A administração inclusive já conta com leitos da rede privada na tentativa de dar conta do atendimento.
Um rodízio diário de 50% da frota de automóveis foi implementado na capital na última segunda-feira (11), mas cancelado ontem. O sistema permitia que veículos com placa de final par trafegassem apenas em dias pares; de final ímpar, em dias ímpares.
Os resultados não foram promissores. No sábado (16) e também na última sexta (15), a cidade registrou 48% de taxa de isolamento, muito abaixo do ideal de 70% para baixar a curva de contaminação da covid-19. Na semana anterior, no dia 8, o índice de isolamento era de 46%.
No último domingo (17), a capital registrou 56% de isolamento social. O Simi (Sistema de Monitoramento Inteligente) do governo de São Paulo mostra que o percentual de isolamento social no estado foi de 54% no mesmo dia.
Transporte
Consultada, a Secretaria de Transporte Metropolitano disse que Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) vão funcionar no mesmo esquema dos últimos dias úteis. A SPTrans, que gerencia os ônibus municipais da capital paulista, ainda não se manifestou sobre a operação nos feriados antecipados.
Lockdown
"Precisamos melhorar o isolamento. Estamos ficando sem alternativas", declarou Covas. O prefeito também reforçou que a taxa de ocupação dos leitos públicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) chega a 90% na capital e disse não ter condições de decretar lockdown isoladamente, sem que a medida se estenda a todo o estado.
Segundo a gestão João Doria, não há "lockdown no horizonte" para a capital, medida que chegou a ser aventada pela prefeitura no final de semana.
A Polícia Militar diz que seria preciso aumentar o efetivo na cidade, talvez dobrar, a fim de que pudesse vigiar a adoção das medidas restritivas de circulação.
Estabelecimentos interditados
A prefeitura tem fiscalizado, diariamente, estabelecimentos nas 32 subprefeituras da cidade. Até o momento, 403 estabelecimentos não essenciais foram interditados por não acatarem a decisão de fechamento em São Paulo.
Os estabelecimentos autuados serão reabertos após o cumprimento do decreto, caso não tenham sua licença de funcionamento cassada. "O fechamento de comércios e serviços não essenciais é necessário, neste momento, para garantir o isolamento social em decorrência da pandemia de coronavírus", afirma a prefeitura, em nota.
Quarentena
O Estado de São Paulo está em quarentena desde 24 de março. A gestão Doria tinha um plano de flexibilizar o isolamento a partir do dia 10 de maio e, para que cada cidade pudesse retomar o comércio parcialmente, era preciso estar na chamada área verde, de acordo com a taxa de isolamento social alcançada diariamente.
A degradação da situação da saúde fez com que São Paulo ficasse somente com áreas vermelhas e amarelas. Um integrante do Centro de Contingência ao Coronavírus revelou ao UOL que estava difícil encontrar uma região que atendesse aos requisitos. O governador afirmou que reabrir a economia neste momento colocaria em risco milhares de vidas.
São Paulo deve ficar em isolamento até 31 de maio —é a segunda vez que o governador prorroga a quarentena no estado.
Números do coronavírus em SP
São Paulo atingiu o número de 324 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas —maior número desde o começo da pandemia do novo coronavírus.
De acordo com os dados divulgados hoje pelo governo paulista, o estado chegou a 5.147 mortos pela doença —é o epicentro da pandemia no Brasil e tem 65.995 casos oficiais.
Nas últimas 24 horas, 2.929 pessoas foram diagnosticadas com covid-19 — um acréscimo de 5% em relação ao último levantamento.
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