4 mil PMs estão orientados a abordar quem estiver com mochila em protestos
Os mais de 4.000 policiais militares que estarão na região da avenida Paulista e do largo da Batata, amanhã, onde estão previstas manifestações a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), estão recomendados a abordar aqueles que estiverem com mochilas. Ao identificar itens que possam ser usados para ferir ou gerar dano, os PMs estão orientados a qualificar o abordado.
A determinação está na ordem de serviço dos policiais e vale para hoje e para amanhã. De acordo com a recomendação, a abordagem a quem estiver com mochila poderá ajudar a "identificar e coibir agressores". Os PMs também estão orientados a monitoras as movimentações dos manifestantes desde as estações de metrô próximas até o ponto de encontro do ato.
As orientações estão previstas em uma operação de nome "Combate". Ainda de acordo com a ordem de serviço, além da região da avenida Paulista e do largo da Batata, está previsto reforço de policiais da Força Tática e da Rocam (policiamento em motocicletas) no entorno da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) e, depois, próximo da sede da Rede Globo.
Os policiais estarão com equipamento completo, desde objetos de elastômero, como equipamentos "não-letais", a exemplo de bala de borracha, até equipamentos letais, como arma de fogo. Nove viaturas do batalhão acadêmico do Barro Branco estão rodando hoje e amanhã, além do efetivo administrativo em escala extra.
Por meio de nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que "as forças de segurança preparam um esquema reforçado de policiamento para as manifestações deste domingo" e que "mais de quatro mil policiais estarão a postos para garantir a segurança da população, a preservação do patrimônio e o direito à livre manifestação".
Policiais de batalhões territoriais e especializados atuarão nas regiões dos atos. Além deles, serão utilizados também três helicópteros, seis drones, 150 viaturas, quatro "veículos guardiões" e um "veículo lançador de água". "Outras unidades da PM permanecerão de prontidão e, se necessário, serão deslocadas para prestar apoio às equipes", disse a secretaria.
Todas as ações serão monitoradas por meio de câmeras da PM. A Polícia Civil também reforçou sua atuação e terá um sistema especial de plantão para dar celeridade ao registro de ocorrências, caso seja necessário no 4º, 5º, 14º e 78º DPs (Distritos Policiais).
Segundo a SSP, não será permitido portar nas manifestações deste domingo:
- "Bandeiras e faixas com mastro ou hastes;
- Guarda-chuvas;
- Bastão para tirar fotos;
- Materiais, objetos cortantes ou pontiagudos;
- Bebidas alcoólicas;
- Arma de fogo ou branca de qualquer espécie;
- Fogos de artifício;
- Taco de basebol, golfe e similares;
- Outros objetos que possam causar riscos, dano ou importunação."
Avenida Paulista x largo da Batata
Atos contra e a favor do presidente Bolsonaro estão previstos para ocorrer na Paulista, a exemplo do domingo passado, embora o juiz Rodrigo Galvão Medina tenha proibido que grupos manifestamente antagônicos realizem protestos no mesmo horário e local.
Torcedores pró-democracia, que encabeçaram a manifestação crítica ao presidente no domingo passado, criticaram a decisão judicial que proíbe atos antagônicos na Paulista e informaram que farão um ato no largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste, durante a tarde. Parte dos contrários ao presidente, porém, continuam com intenção de ir à Paulista.
Segundo a SSP, os organizadores dos atos, em diálogo com o MP (Ministério Público), comunicaram a mudança de local para que os eventos ocorram separadamente. "Os grupos contrários ao governo Bolsonaro se reunirão na região do largo da Batata e os favoráveis na avenida Paulista", afirmou a pasta.
Bolsonaro pediu a apoiadores para não irem ao ato convocado por críticos ao governo durante live transmitida anteontem em suas redes sociais. Na transmissão, o presidente chamou os manifestantes críticos de "terroristas", "viciados", "bando de marginais" e "marginais de preto".
No domingo passado, houve violência na Paulista. A PM foi criticada por supostamente ter defendido os manifestantes pró-Bolsonaro e atacado os manifestantes identificados como antifascistas, contra o presidente. A PM, depois, afirmou ser apartidária.
Ao menos seis pessoas foram detidas pela PM. Destas, cinco foram acusados de se envolver em uma briga com um apoiador do presidente, que teria provocado o grupo. O celular do agredido foi tomado por um dos detidos, que permaneceria preso.
Planejamento de "guerra"
Segundo o colunista do UOL Rogério Gentile, o serviço de inteligência da Polícia Civil "detectou que lutadores de arte marciais planejam fazer uma 'verdadeira guerra' amanhã na avenida Paulista".
O alerta sobre a ação do grupo de lutadores teria sido feito ontem pelo delegado seccional do centro, Roberto Monteiro, em reunião realizada na sede do 2º batalhão de Policiamento de Choque.
A prefeitura pretende retirar caçambas do entorno da Paulista a fim de evitar que sejam utilizadas para abrigar instrumentos contundentes, como armas brancas e tacos de beisebol.
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