PMs flagrados sufocando suspeito na Grande SP são afastados "por precaução"
A notícia não é antiga. Mais policiais militares de São Paulo flagrados por câmeras de celular agindo com excesso de força durante abordagem foram afastados pela corporação. Desta vez, "por precaução", foram afastados do serviço operacional os PMs filmados sufocando um suspeito, que chegou a ficar desacordado, em Carapicuíba, na região metropolitana.
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), "os policiais envolvidos na ocorrência foram ouvidos na noite de ontem e comando da unidade abriu uma sindicância para apurar todas as circunstâncias do caso". Ainda segundo a pasta, "por precaução, os policiais foram afastados para funções administrativas e as imagens citadas são analisadas pela instituição".
A PM disse por meio de nota que dois homens em uma motocicleta foram abordados na tarde de ontem após desrespeitarem a ordem de parada e colidirem contra a viatura.
"O condutor entrou em luta corporal com o policial, tentou se evadir, foi imobilizado com técnicas de defesa pessoal, socorrido ao PS e posteriormente encaminhado ao 1º DP do município, onde o caso foi registrado", afirmou a corporação.
O homem que aparece desacordado em um vídeo que circulou neste fim de semana reclamou, em declaração à GloboNews, da abordagem dos policiais no caso ocorrido na comunidade de Jardim Ariston.
Em sua versão, o homem identificado pela GloboNews como Gabriel, 19, contou que o policial foi violento na abordagem. Segundo a emissora, ele alegou ter desmaiado por pelo menos três vezes durante o procedimento.
"Aí o policial jogou na minha frente com tudo. Assim que ele jogou na minha frente com tudo, eu parei. Só que a moto não segurou o freio, ela foi um pouco para frente. Aí como ele já estava à frente da minha moto, a gente bateu. Como eu pulei da moto, a moto caiu para cá e eu pulei para lá, ele achou que eu ia correr. Nisso que ele achou que eu ia correr, ele já grudou no meu pescoço", disse.
Vídeo mostra ação
A ação foi gravada em vídeo por testemunhas. Em um primeiro momento, um PM aplica um mata-leão (golpe de estrangulamento) em um dos homens, vestido de camisa listrada e bermuda branca. Ele parece ir desacordado ao chão. Enquanto isso acontece, o outro homem abordado é xingado pelos policiais militares.
No segundo momento, o mesmo PM está de capacete e se ajoelha sobre o peito do homem, que começa a se debater. A cena se assemelha às circunstâncias da morte de George Floyd, homem afro-americano morto após uma abordagem policial na cidade de Minneapolis. O homicídio gerou uma onda de protestos nos Estados Unidos e em outros países contra o racismo e a violência policial.
Análise da conduta
Também em declaração para a GloboNews, o porta-voz da PM, capitão Osmario Ferreira, falou sobre os casos de violência envolvendo a polícia do estado.
"A Polícia Militar busca a todo tempo sempre analisar seus procedimentos. Nos casos foram instaurados procedimentos administrativos para que se analise as condutas dos policiais, para ver se realmente procedimentos operacionais padrão foram adotados desde o início da ocorrência", disse.
"Todas as ocorrências são analisadas primeiro por inquérito policial militar e depois remetidas à justiça. Não cabe neste momento dizer o que aconteceu em relação a cada fato. A Polícia Militar é legalista, ela nunca deixou de cortar a sua própria carne, temos mais de 73 mil atendimentos diários. Então, o aumento de ocorrências são analisados, são realizadas reuniões diárias para analisar procedimento operacional padrão e isso é uma constante na polícia militar. Se caso houver qualquer falha, ela pune rigorosamente", completou.
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