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SP anuncia compra de câmeras para monitorar ações de policiais

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva  - Rogério Galasse/Futura Press/Estadão Conteúdo
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em entrevista coletiva Imagem: Rogério Galasse/Futura Press/Estadão Conteúdo

Patrick Mesquita

Do UOL, em São Paulo

22/07/2020 13h31

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), confirmou hoje que o Estado vai adquirir 2,5 mil câmeras corporais para monitorar as ações policiais. A aquisição será feita por meio de um pregão internacional.

O programa recebeu o nome de "Olho Vivo" e entra em vigor no dia 1º de agosto. São Paulo, segundo Doria, já recebeu uma doação privada de 585 câmeras, totalizando mais de 3 mil equipamentos.

De acordo com o político tucano, as câmeras, que serão fixadas nos uniformes dos policiais, vão diminuir o nível de violência daqueles que cometem excessos.

"O uso vai auxiliar e muito nas provas das ações policiais. E poderão ser utilizadas pela polícia, segurança pública e Justiça. A iniciativa vai, sim, reduzir, e muito, o nível de violência de poucos policiais que cometem excessos. E, com isso, vamos preservar a maioria da corporação. Damos uma resposta a esse 0,6% de policiais que não seguem o protocolo da melhor polícia do Brasil", disse Doria em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

As imagens serão captadas pelas câmeras durante o turno de trabalho dos policiais. Ao final do expediente, as evidências digitais serão armazenadas em nuvem. O sistema ainda permite acesso remoto a usuários com credenciais. O conteúdo pode ser usado para auditoria, pesquisa, controle e custódia.

Segundo o secretário executivo da Polícia Militar de São Paulo, coronel Alvaro Batista Camilo, o acessório servirá para dar mais transparência às ações policiais. Coronel Camilo assegurou ainda que as câmeras não poderão ser desligadas.

"Primeiro: a câmera é inviolável por parte do policial. Segundo: a ação policial já está sendo filmada por toda a população, em muitos locais. A câmera vai ser muito mais de interesse do próprio policial, como aconteceu nos testes de ligar a câmera. Outra coisa: não é só ele, sempre tem uma equipe, dois, três, quatro (policiais) que vão estar naquela mesma ocorrência, no mesmo local. Isso em um determinado momento. Pô, então todos têm que desligar a câmera ao mesmo tempo. Serão responsabilizados", afirmou.

"Agora, não tem só as câmeras da polícia. Você tem as câmeras da comunidade. Hoje nós somos filmados várias vezes por dia quando saímos de nossas casas. Isso é muito mais para mostrar esse grande trabalho feito pela polícia de São Paulo, que não aparece. O que vem para a mídia, normalmente, é aquela (operação) que deu um pouquinho de diferença em relação à não-conformidade. Mas teremos oportunidade, no futuro, de ver esse grande trabalho. Volto a falar: nos testes que já foram executados no final do ano passado, começo deste ano, houve interesse dos policiais em manter a câmera ligada."