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ES: Modelo que teve corpo em chamas deixa UTI; não houve crime, diz polícia

Vinícius Rangel

Colaboração para o UOL, em Vitória

14/08/2020 21h03

A modelo Katiuscia Mota, de 31 anos, deixou hoje à tarde a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Jayme Santos Neves, em Serra, região metropolitana de Vitória. Ela estava internada havia quatro dias após ter o corpo incendiado.

O caso aconteceu na última segunda-feira (10), dentro de um condomínio onde a modelo mora com a namorada, uma autônoma de 21 anos. Câmeras de segurança flagraram o momento em que a modelo saiu gritando, com o corpo em chamas, na entrada do edifício.

A mãe de Katiuscia, Marilza Mota, de 50 anos, disse que a filha ainda está sob efeitos dos medicamentos. Segundo ela, a filha afirmou que o fogo começou quando chutou um cigarro aceso.

A modelo Katiuscia Mota, de 31 anos - Marcelo Alves/Revista Essence - Marcelo Alves/Revista Essence
A modelo Katiuscia Mota, de 31 anos
Imagem: Marcelo Alves/Revista Essence

"Ela contou que, depois que o corpo estava com álcool do material de trabalho da namorada, depois de toda a confusão, saiu para ir atrás da companheira. Abriu a porta do apartamento e viu um cigarro. Ela disse 'toma aqui o seu cigarro' e chutou. Nesse momento, começou todo o fogo" contou a mãe.

Katiuscia disse para a mãe que queria conversar com a companheira hoje. Um assunto que "só dizia respeito às duas". "Ela pegou meu telefone hoje e mandou alguns áudios para a companheira. Depois, disse que quando saísse não iria querer ficar mais no apartamento onde tudo aconteceu."

Polícia diz que não houve crime

A Polícia Civil instaurou na quarta-feira (12), um procedimento para apurar as circunstâncias do fato. A DHPM (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) concluiu que não houve crime no caso da modelo.

A delegada Rafaella Aguiar disse que foram ouvidas seis pessoas, entre vizinhos, testemunhas e os envolvidos. No Hospital, Katiuscia confirmou que seu relacionamento era conturbado. Ela afirmou que não foi a namorada que colocou fogo nela, mas não falou sobre a versão apresentada à mãe.

"O fato que seria apurado como crime, ele não ocorreu. O que aconteceu é que como uma forma de chantagem, Katiuscia começou a dispersar álcool pela casa e olhou para o isqueiro. A companheira tentou jogar pela janela o isqueiro, mas bateu no vidro e caiu de volta. Katiuscia insistiu no isqueiro e a namorada saiu. Foi quando pegou fogo", disse a delegada.

Namorada citou briga por ciúmes

Na quarta-feira (12), a namorada da modelo, que pediu para não ter o nome divulgado, relatou ao UOL que Katiuscia teria colocado fogo na própria blusa com um isqueiro.

"Estávamos discutindo o dia todo. Tudo por causa de ciúmes. Eu também tenho ciúmes. Eu trabalho fabricando perfumes, e ela quebrou praticamente todo o meu material de trabalho. Na hora, caiu álcool em mim e nela também", contou.

Ela disse que perguntou a Katiuscia se ela iria colocar fogo nas duas. Depois disso a autônoma saiu, mas continuaram a discutir do lado de fora do apartamento, segundo ela. Em poucos segundos, a modelo teria acionado o isqueiro três vezes até acender e colocado fogo na blusa.

"Em três segundos eu vi um clarão enorme. Eu tentei abrir a porta de vidro, mas eu não consegui e ela estava em chamas. Um vizinho nosso que abriu a porta e aí tentamos apagar o fogo. Chegou até pegar no meu short, mas consegui apagar. Foi desesperador, tudo por ciúmes", disse a jovem.

Na tarde de ontem, a mãe da modelo e a namorada prestaram depoimentos. Os esclarecimentos duraram cerca de três horas e os celulares da namorada e de Katiuscia foram apreendidos pela Polícia Civil. A mãe da modelo disse que "o caso pode ter sido fechado pela polícia, mas ainda há o que ser esclarecido sobre aquela noite".