Elias Maluco morreu por asfixia mecânica, diz atestado de óbito
Resumo da notícia
- Documento ainda cita enforcamento e compressão no pescoço
- PF diz que caso indica suicídio, mas aguarda resultado da perícia
- Corpo de acusado de matar Tim Lopes foi encontrado na cela
O traficante Elias Pereira da Silva, de 54 anos, conhecido como Elias Maluco, morreu em decorrência de asfixia mecânica, enforcamento e compressão do pescoço. A informação consta no atestado de óbito, ao qual o UOL teve acesso.
O corpo dele foi encontrado ontem dentro da própria cela na Penitenciária Federal de Catanduvas, na região oeste do Paraná, onde ele cumpria pena há 13 anos. A PF (Polícia Federal) diz que o caso indica suicídio, mas irá aguardar o resultado da perícia.
De acordo com o atestado de óbito do registro civil de pessoas naturais de Catanduvas-PR, a morte foi registrada às 15h45 de ontem. O corpo foi conduzido ao Cemitério Memorial do Rio, onde será enterrado.
O delegado Daniel Martarelli da Costa, da PF, responsável pela investigação, classificou o caso como "suicídio clássico". Na cela dele, os agentes encontraram cartas deixadas para a família. A investigação também analisou as imagens das câmeras de segurança.
"Nas cartas, ele não relatou o motivo do ato. Diz, basicamente, que não tinha mais vontade de viver e pediu perdão à família, dizendo que não era um ato de covardia, mas, sim, de coragem, que ele se sentia pronto para aquilo. Ele não relatou nada sobre ameaça ou motivação", disse o delegado.
O Depen (Departamento Penitenciário Nacional) informou que o local da morte de Elias foi periciado. Mas não há resultado do laudo.
A advogada Lucéia Macedo, uma das representantes de Elias, diz que esteve no presídio ao lado de outro advogado, mas foi informada que o cliente não queria recebê-la.
"Quando cheguei em Catanduvas me passaram que ele não queria ser atendido. Achei estranho, pois o Elias nunca havia recusado atendimento", explicou.
Elias Maluco ganhou notoriedade com o caso do jornalista Tim Lopes, que apurava, em junho de 2002, uma reportagem sobre abusos sexuais de menores de idade e tráfico de drogas nos bailes funk da Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio. Ele foi sequestrado pela facção comandada por Elias, torturado e morto.
Três meses depois, após uma operação policial de mais de 50 horas, ele foi detido na favela da Grota, no Complexo do Alemão. Elias se refugiou em uma casa de idosos, e não houve troca de tiros com os policiais.
Depois da morte de Tim Lopes, Elias foi condenado 28 anos e seis meses de prisão por ter sido o mandante do crime.
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