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Marco Aurélio se irrita com pergunta sobre caso de André do Rap: 'Injúria'

Marco Aurélio havia sido questionado sobre o fato de o pedido de soltura ter sido assinado pelo escritório de advocacia de um dos seus ex-assessores - Reprodução
Marco Aurélio havia sido questionado sobre o fato de o pedido de soltura ter sido assinado pelo escritório de advocacia de um dos seus ex-assessores Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

13/10/2020 11h53

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello se irritou hoje ao ouvir uma pergunta sobre a soltura de André Oliveira Macedo, 43, o André do Rap, acusado de ser um dos chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Em entrevista à CNN Brasil, o ministro se recusou a responder um questionamento sobre o pedido de soltura.

"Isso é uma injúria. Acabou a entrevista, obrigado", disse Marco Aurélio antes de desligar repentinamente a ligação por telefone e encerrar a entrevista.

Antes, o ministro havia sido questionado sobre o fato de o pedido de soltura ter sido assinado pelo escritório de advocacia de um dos seus ex-assessores.

Segundo informações da revista Crusoé, o documento foi assinado por Ana Luísa Gonçalves Rocha, sócia de Eduardo Ubaldo Barbosa no Ubaldo Barbosa Advogados, escritório localizado na Asa Norte, em Brasília. Barbosa era assessor no gabinete do ministro Marco Aurélio até 17 de fevereiro deste ano.

Marco Aurélio autorizou a soltura de André do Rap no último sábado (10) após deferir dois habeas corpus em favor do condenado. No mesmo dia, Luís Fux suspendeu a decisão de seu colega, mas o acusado de ser um dos líderes do PCC já estava foragido da Justiça.

Arrependimento

Ao ser perguntado se teria se arrependido da decisão, Marco Aurélio Mello disse que "cumprir a lei não gera arrependimento" e que apenas observou seu "dever de juiz" ao seguir o que manda a legislação.

"Está em bom português no código de processo penal que a prisão preventiva dura por 90 dias", afirmou.

Questionado se a ida do caso para o plenário do STF amanhã poderá abrir precedente, o magistrado disse não saber. "Eu sou um espectador, estarei aguardando como todo o colegiado para apreciar a matéria", afirmou.

Na noite de ontem, a PF (Polícia Federal) pediu a inclusão do nome de André do Rap na lista de procurados da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).

Hoje, deputados que integram uma comissão em Brasília que discute a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância pediram autorização ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para retomar as atividades.