Polícia já identificou todos os suspeitos por morte de contraventor no Rio
A Polícia Civil já identificou todos os suspeitos de envolvimento na morte do contraventor Fernando Iggnácio, atingido na tarde de 10 de novembro por ao menos cinco tiros de fuzil no estacionamento de um heliporto no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. Fontes do UOL ligadas à investigação confirmaram a identificação do quarto criminoso. Entretanto, o nome dele ainda é mantido sob sigilo. Oficialmente, a Polícia Civil ainda não confirmou a informação.
Hoje, a polícia pediu a prisão temporária do ex-PM Pedro Emanuel Cordeiro e de Ygor Rodrigues Santos da Cruz. Com mandado de prisão, o PM Rodrigo Silva das Neves já é considerado foragido da Justiça. Segundo a investigação, o grupo faz parte de uma milícia que atua na zona oeste carioca.
Reportagem da TV Globo mostrou o momento em que os criminosos desembarcaram do carro usado no crime para entrar com fuzis no terreno baldio, onde aguardaram por mais de quatro horas pela chegada de Fernando Iggnácio, genro do contraventor Castor de Andrade, morto em 1997.
Ygor é o primeiro da esquerda para a direita na imagem que ilustra a reportagem. Ele está ao lado do ex-PM Pedro Cordeiro. De boné, o PM Rodrigo Silva das Neves aparece do lado direito. O suspeito já identificado pela investigação, mas ainda sem o nome revelado, aparece ao fundo, de óculos, com camisa preta e relógio no pulso esquerdo. Com uma sacola na mão direita, ele segue em frente, enquanto os outros três comparsas permanecem próximos, de acordo com as imagens reproduzidas pela TV Globo.
Na última quinta-feira, os investigadores já tinham confirmado a suspeita de participação no crime de Rodrigo Silva das Neves. Com base no monitoramento de câmeras de vigilância, os agentes rastrearam o deslocamento dos criminosos até o apartamento da namorada de Rodrigo em um condomínio residencial em Campo Grande, também na zona oeste, onde apreenderam quatro fuzis. Com uma espécie de camuflagem com grama, dois deles foram usados no crime, segundo a polícia.
O cabo Rodrigo, que estava na PM-RJ (Polícia Militar do Rio) há sete anos, já é considerado foragido pela Justiça. Os outros dois identificados também têm antecedentes criminais.
Pedro Emanuel Cordeiro é investigado pelo assassinato do taxista Carlos Paredes Dias Neto, morto a tiros em abril de 2015 após uma briga em uma festa em Realengo, zona oeste carioca. Após o crime, ele acabou sendo excluído da PM-RJ.
Já Ygor é suspeito de integrar um grupo de matadores de aluguel, segundo os investigadores.
Disputa por território do jogo do bicho deixa mais de 50 mortes
A disputa pelo controle da contravenção na zona oeste do Rio é a principal linha de investigação da morte de Iggnácio. Segundo investigações da Polícia Federal, mais de 50 assassinatos até 2007 são atribuídos à guerra da contravenção.
Em 1998, o assassinato de Paulo Andrade, o Paulinho, escolhido como herdeiro do jogo do bicho, fez com que Fernando Iggnácio, seu cunhado, assumisse o lugar dele na disputa.
Meses depois, a polícia identificou como autor dos disparos o ex-PM Jadir Simeone Duarte. Em depoimento, Duarte acusou Rogério de ser o mandante do crime. O próprio Rogério foi vítima de uma tentativa de assassinato.
O próprio Rogério foi vítima de uma tentativa de assassinato em 2001. Em abril daquele ano, o filho de Rogério de Andrade, com 17 anos na época, morreu em um atentado a bomba na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, quando o carro que dirigia explodiu.
Em 2007, Fernando Iggnácio foi preso pela Polícia Civil do Rio. Meses depois, Rogério Andrade foi pego pela Polícia Federal. Naquele mesmo ano, Rogério Andrade e Fernando Iggnácio foram alvo da operação Gladiador, da PF, que investigou o esquema da dupla e a corrupção de policiais no Rio.
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