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Ibirapuera e Vila Madalena ficam vazios em dia de Fase Vermelha em SP

Frequentadores do Parque Ibirapuera neste sábado - Gabriel Toueg/UOL
Frequentadores do Parque Ibirapuera neste sábado Imagem: Gabriel Toueg/UOL

Gabriel Toueg

Colaboração para o UOL, de São Paulo

30/01/2021 22h52

Em um dia de sol escaldante e termômetros marcando 36 graus na capital paulista, lugares normalmente movimentados da cidade se pareciam com desertos se comparados à rotina de sábados normais. Com todo o estado de São Paulo na Fase Vermelha do Plano SP até as 6h de segunda-feira, muita gente está lançando mão da criatividade e, pelo jeito, ficando em casa.

A entrada na Fase Vermelha, a mais restritiva do plano de flexibilização do governo do estado, é diferente desta vez. O governador João Doria determinou que o plano é válido nos dias da semana entre 20h e 6h do dia seguinte e durante todo o fim de semana, já a partir de hoje. A medida será adotada também no próximo fim de semana (6 e 7 de fevereiro) e, para os fins de semana seguintes, serão avaliadas adiante.

Casol descansa às margens de lago no Parque Ibirapuera - Gabriel Toueg/UOL - Gabriel Toueg/UOL
Casol descansa às margens de lago no Parque Ibirapuera
Imagem: Gabriel Toueg/UOL

A reportagem do UOL esteve na tarde deste sábado (30) no Parque Ibirapuera, zona sul de São Paulo, tradicional destino dos paulistas no verão, e na Vila Madalena, zona oeste, reduto de bares e restaurantes.

No parque, os portões em todo o perímetro estavam fechados — o principal deles, que fica na Avenida Pedro Álvares Cabral, na altura da Assembleia Legislativa e do Monumento às Bandeiras, próximo ao lago, era vigiado inclusive por uma viatura da Guarda Municipal. Embora fechado, o parque atraiu pequenos grupos de pessoas que se instalaram ao redor do lago, na parte que não é cercada.

Placa alerta sobre fase do Plano São Paulo em portão do Parque Ibirapuera - Gabriel Toueg/UOL - Gabriel Toueg/UOL
Placa alerta sobre fase do Plano São Paulo em portão do Parque Ibirapuera
Imagem: Gabriel Toueg/UOL

Um segurança do parque, que preferiu não se identificar, disse que, em geral, as pessoas estão respeitando a determinação de fechamento e se aproximam dos portões mais para buscar informações do que para reclamar.

"Estão entendendo, sem dar o 'jeitinho' de tentar entrar", disse ele.

Rômulo, 33 anos, e Andréia, 34, estavam sentados próximos ao portão principal com a cachorra do casal. Distraídos, ouviam música e contemplavam a vista do lago e o chafariz, cartões postais da cidade.

Viemos porque sabíamos que o parque estaria fechado e que, por isso, estaria vazio."
Rômulo, que aproveitou a tarde ao lado do portão principal

Ele tinha razão. Além de poucas pessoas, instaladas em grupos distantes uns dos outros, em geral as pessoas usavam máscaras, apesar do nítido incômodo provocado pelo calor. Os que estavam mais isolados de outras pessoas abriram mão da proteção para aproveitar o sol e poder consumir alimentos. Alguns faziam piqueniques no local.

Bar na Vila Madalena funciona em sistema de delivery - Gabriel Toueg/UOL - Gabriel Toueg/UOL
Bar na Vila Madalena funciona em sistema de delivery
Imagem: Gabriel Toueg/UOL

Na Vila Madalena, bairro que costuma ter congestionamento nas calçadas ao redor de restaurantes e bares em sábados rotineiros, a situação nesta tarde era completamente diferente. A reportagem localizou algumas pessoas sentadas na região do Beco do Batman, mas em número muito inferior ao que normalmente circula no local em dias quentes como hoje. O beco, em si, estava praticamente vazio.

A gente veio para dar uma espairecida, sair um pouco de casa."
Joana, 32, estava com três amigas em bar na Zona Oeste

Todos tinham máscaras no queixo, mas porque estavam consumindo bebidas alcóolicas. Quando a reportagem se aproximou para conversar, eles rapidamente colocaram o pano sobre a boca e o nariz. "É muito ruim usar isso no calor", disse uma das amigas.

Ao circular pelo bairro, entretanto, foi possível notar grande movimento de entregadores de comida, com as já conhecidas caixas de isopor que levam nas costas. Em alguns edifícios residenciais, os motoqueiros esperavam os clientes nos portões. Alguns restaurantes no bairro estavam com as portas abertas, mas apenas para retirada, com mesas impedindo o acesso de clientes.