GO: Dono de clínica é preso suspeito de manter pacientes em cárcere privado
O dono da clínica de reabilitação Instituto Restaurando Vidas foi preso em flagrante suspeito de manter 25 homens em cárcere privado à base de remédios e ameaças em Valparaíso de Goiás, cidade do entorno do Distrito Federal localizada a 188 km de Goiânia. O local foi fechado e o suspeito responderá pelo crime de cárcere privado, na modalidade internação fraudulenta, podendo pegar de 2 a 5 anos de prisão.
A delegada Samya Nogueira Barros, responsável pelo caso, afirmou hoje ao UOL que as famílias dos pacientes pagavam de R$ 700 a R$ 1,5 mil por mês para mantê-los no local. Segundo ela, dos 25 pacientes, apenas dois deles tiveram coragem de denunciar durante uma visita da Vigilância Sanitária juntamente com o Ministério Público.
"Um paciente já vinha de outra clínica. A mãe disse que ele tinha problemas mentais, mas não apresentou nenhum tipo de determinação de internação. Só que ele tinha alteração mental e, mesmo assim, a mãe o internou no estabelecimento. [Sobre] O outro [paciente], o pessoal o conduziu à força, indo até a casa dele buscá-lo. Ele não tinha nem ideia para onde seria levado e ficou lá por, mais ou menos, três meses", disse a delegada.
A reportagem apurou que no registro do CNPJ da clínica, feito em 15 de março de 2013, consta o nome de Sergio Maciel de Freitas como presidente. A Polícia Civil, porém, não confirmou que foi ele o suspeito detido na quarta-feira (24).
O UOL ligou para os telefones que aparecem no registro do instituto e deixou mensagem, mas não obteve resposta até a publicação.
A polícia afirmou que as principais vítimas relataram que sofreram violência psicológica e ameaças para que não saíssem do local, sendo que uma delas disse que era constantemente ameaçada e dopada para que não fugisse.
"A Polícia Civil conseguiu apurar estas informações de duas pessoas que disseram que, apesar de lá não ter chave e nem cadeias, elas ficavam muito dopadas e ficava aquela questão que se, caso saíssem de lá, pagariam caro para ver. Então foi a razão que elas foram conduzidas para a delegacia e eu lavei o flagrante", salientou a delegada.
Dono já era investigado por crime similar
Ainda segundo a polícia, o responsável pelo estabelecimento não apresentou nenhum documento que comprovasse ter preenchido os requisitos legais para poder internar pacientes. Além disso, de acordo com a delegada, o suspeito já era investigado por um caso semelhante, após o fechamento de uma outra clínica na mesma cidade.
"Ele responde a outro processo aqui. Só que na época as pessoas não denunciaram que estavam lá sob cárcere privado e, sim, que elas tinham sido maltratadas. Então é similar, mas não deu para poder lavrar flagrante porque os maus-tratos têm que ser no dia do fato, tinham que fazer perícia e as lesões aparentavam já ter um certo tempo", explicou Samya Barros.
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