SP: Prefeito volta a se emocionar sobre mortes na família e critica feriado
O prefeito de Mongaguá (SP), Márcio Melo Gomes (Republicanos), voltou a se emocionar hoje ao falar novamente sobre as mortes do pai e do irmão pelo novo coronavírus. Ontem, em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, o chefe do Executivo do município da Baixada Santista desabafou sobre as perdas dos dois familiares no intervalo de uma semana. Hoje, ele rebateu críticas que recebe por adotar um lockdown na cidade.
"Entendo a situação do comerciante. Muitos fazem isso (críticas), mas alguns fazem de forma maldosa, induzindo a pessoa a criar o ódio", defendeu-se, em entrevista à CNN, se emocionando bastante ao citar os familiares. "Queria que meu pai e meu irmão falassem 'quebrei porque fiquei com comércio fechado em uma pandemia."
Gomes criticou a adoção de um feriado de 10 dias por prefeitos da Região Metropolitana. De acordo com ele, sem um planejamento adequado, os paulistanos e os moradores dos municípios vizinhos tendem a procurar o litoral nos dias de recesso.
"Achei muito irresponsável quando as prefeituras da Região Metropolitana decretaram o feriado de 10 dias, porque você dá o feriado e as pessoas acham que estão de férias. Vem tudo para o litoral, para as praias, lotando as praias e as estruturas que não temos para suportar esse momento", avisou.
'Sabemos da gravidade'
Com 8.839 casos confirmados e 88 mortes provocadas pela covid-19, Monguaguá fechou shoppings, casas noturnas, academias e templos religiosos, além de proibir acesso às praias, assim como os demais municípios da Baixada Santista. A cidade também suspendeu as atividades de hotéis e pousadas e o controle de imóveis de veraneio.
"Sou comerciante. A gente entende as manifestações de um lado ou de outro. A gente sabe a necessidade das pessoas trabalharem, gerar emprego, mas sabemos da gravidade", pontuou.
O prefeito reforçou que as medidas restritivas mais severas foram adotadas para "quebrar o ciclo" de circulação do vírus. Ele disse que não luta contra os comerciantes e o comércio.
"Tomamos uma decisão mais dura, mas com a real necessidade de preservar a vida das pessoas e tentar equilibrar para que elas fiquem nas suas casas e possamos fazer uma luta contra o vírus e não contra as pessoas, muito menos contra o comércio", enfatizou.
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