Human Rights Watch pede investigação da polícia por ação no Jacarezinho
A Human Rights Watch, ONG internacional que atua pelos direitos humanos, divulgou hoje um relatório em que pede que o Ministério Público do Rio de Janeiro investigue o comando da Polícia Civil sobre a ação que deixou 28 mortos na favela do Jacarezinho.
A organização analisou registros de ocorrência, documentos dos hospitais, depoimentos de testemunhas, além de fotos e vídeos da ação. O relatório concluiu que houve graves abusos de direitos humanos e que os policiais removeram corpos a fim de destruir provas.
A Human Rights Watch pediu que sejam investigados não só os agentes envolvidos, mas também os que planejaram e ordenaram a operação. Também afirmou que os promotores deveriam apurar se os comandantes avaliaram adequadamente os riscos para os policiais que participaram da ação.
"Conforme a legislação brasileira, a Polícia Civil deve investigar se seus integrantes cometeram abusos na operação. No entanto, este sistema não atende aos requisitos necessários para uma investigação criminal independente e imparcial", diz o relatório.
A entidade também pede que o Ministério Público avalie se os comendantes da polícia cumpriram a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que proíbe a realização de operações em comunidade do Rio durante a pandemia, exceto em "hipóteses absolutamente excepcionais".
"Embora o STF não tenha especificado quais seriam as 'hipóteses absolutamente excepcionais', não parece razoável que uma operação de alto risco e grande escala, para prender membros do baixo escalão do tráfico de drogas, se enquadre nessa categoria", disse a Human Rights Watch.
A entidade pediu que os promotores conduzam uma investigação totalmente independente, com apoio de peritos criminais e recolhimento do depoimento de todas as testemunhas da ação.
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