Topo

Esse conteúdo é antigo

Human Rights Watch pede investigação da polícia por ação no Jacarezinho

Policiais apontam fuzis durante operação militar na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Ação terminou com 28 mortos - Ricardo Moraes/Reuters
Policiais apontam fuzis durante operação militar na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Ação terminou com 28 mortos Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

Colaboração para o UOL

31/05/2021 09h48

A Human Rights Watch, ONG internacional que atua pelos direitos humanos, divulgou hoje um relatório em que pede que o Ministério Público do Rio de Janeiro investigue o comando da Polícia Civil sobre a ação que deixou 28 mortos na favela do Jacarezinho.

A organização analisou registros de ocorrência, documentos dos hospitais, depoimentos de testemunhas, além de fotos e vídeos da ação. O relatório concluiu que houve graves abusos de direitos humanos e que os policiais removeram corpos a fim de destruir provas.

A Human Rights Watch pediu que sejam investigados não só os agentes envolvidos, mas também os que planejaram e ordenaram a operação. Também afirmou que os promotores deveriam apurar se os comandantes avaliaram adequadamente os riscos para os policiais que participaram da ação.

"Conforme a legislação brasileira, a Polícia Civil deve investigar se seus integrantes cometeram abusos na operação. No entanto, este sistema não atende aos requisitos necessários para uma investigação criminal independente e imparcial", diz o relatório.

A entidade também pede que o Ministério Público avalie se os comendantes da polícia cumpriram a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que proíbe a realização de operações em comunidade do Rio durante a pandemia, exceto em "hipóteses absolutamente excepcionais".

"Embora o STF não tenha especificado quais seriam as 'hipóteses absolutamente excepcionais', não parece razoável que uma operação de alto risco e grande escala, para prender membros do baixo escalão do tráfico de drogas, se enquadre nessa categoria", disse a Human Rights Watch.

A entidade pediu que os promotores conduzam uma investigação totalmente independente, com apoio de peritos criminais e recolhimento do depoimento de todas as testemunhas da ação.