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Mulher com covid passa por parto sedada e conhece filha 30 dias depois

Milena conheceu filha, Helena, em 3 de agosto, 1 mês após parto de emergência - Divulgação/Unimed Catanduva
Milena conheceu filha, Helena, em 3 de agosto, 1 mês após parto de emergência Imagem: Divulgação/Unimed Catanduva

Do UOL, em São Paulo

09/08/2021 17h09Atualizada em 09/08/2021 17h09

Milena de Brito Vilela estava grávida de 27 semanas quando precisou passar por um parto de urgência em meio às complicações da covid-19. Intubada, a jovem do interior de São Paulo conseguiu conhecer a filha, que nasceu com apenas 900 gramas, apenas no último dia 3 de agosto, 30 dias após dar à luz.

Em entrevista à Unimed Catanduva, onde ficou internada, ela conta que, em um primeiro momento, ao acordar da sedação, acreditou que tivesse perdido o bebê. Ela apresentou os primeiros sintomas do coronavírus no final de maio, poucos dias após o marido, que é enfermeiro e trabalha na linha de frente com pacientes internados por causa do vírus.

Milena deu entrada em um hospital de Andradina, no interior de São Paulo, onde foi intubada e, em seguida, transferida para a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Unimed São Domingos (HUSD), em Catanduva, onde passou 40 dias internada, 31 deles na Unidade Respiratória da covid-19.

Depois que Milena foi intubada, a família foi informada dos possíveis riscos que ela e a filha corriam, que tornavam o parto precoce a melhor opção.

"Não me lembro de nada. Acordei e achei que não tivesse mais a minha filha. Minha mãe falava que ela havia nascido, meu marido também falava, mas só fui acreditar quando a vi pela primeira vez", disse a mulher em entrevista à Unimed Catanduva.

Com pouco mais de um mês de vida, o bebê, que nasceu em 2 de julho e ganhou o nome de Helena, está com 1,210 quilos. Ela ainda conta com a ajuda de aparelhos para respirar mas, segundo a nota do hospital, "sua saúde vem evoluindo de maneira satisfatória".

Já Milena está respirando sem auxílio, fazendo apenas fisioterapia para recuperar os movimentos das pernas, prejudicados com a internação prolongada, e já pôde pegar a filha nos braços pela primeira vez.

"O coração bateu forte. Não vejo a hora de conseguir fazer as coisas sozinha, dela chorar e eu levantar para pegá-la, dar banho, amamentar. Eu quero fazer tudo por ela, tudo e muito mais", declarou ela à assessoria do hospital.

"Toda essa luta está sendo um grande aprendizado para nossa família. Com fé, vemos que tudo vale a pena", concluiu Dircélia Maria, avó da criança e mãe de Milena, que acompanha a filha na recuperação.