Polícia Civil de SP reduz delegados, escrivães e peritos, diz sindicato
Em janeiro de 2019, a Polícia Civil de São Paulo tinha 28,4 mil funcionários. Esse número diminuiu para 27 mil em julho deste ano, ou seja, uma redução de 5%. Essa é a conclusão de levantamento do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) divulgado hoje.
O sindicato monitora o número de demissões entre os colaboradores da Polícia Civil por meio do Diário Oficial. Os números levam em conta o período em que o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tomou posse, no começo de 2019. A instituição considera como "baixa" fatores como aposentadorias, demissões, mortes e "nomeações sem efeito".
As carreiras de delegado, escrivão e perito foram as que mais sofreram reduções no quadro de servidores nesse período, de acordo com o levantamento.
O delegado é responsável pela coordenação da investigação dos crimes. O escrivão é responsável por redigir e formalizar toda a documentação do inquérito policial. Já o perito investiga indícios e vestígios nos locais de crime e faz laudo técnico ao final do inquérito.
"Existe uma sobrecarga desumana de trabalho. Um delegado de polícia acumula a função de quatro ou cinco policiais. Também é uma situação absurda de candidatos aprovados em concurso que não estão sendo nomeados", afirma a presidente do sindicato, Raquel Kobashi Gallinati.
"Há uma morosidade também na nomeação de concursos públicos. O último para Polícia Civil foi em 2017. Candidatos foram aprovados e ainda não foram nomeados. Quando são nomeados, já assumiram funções em outras carreiras", diz.
Gallinati afirma que há um déficit crescente no quadro de funcionários desde que, em 2016, o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, revogou uma resolução que estipulava o número ideal de policiais civis trabalhando em cada delegacia do estado.
Essa lei, na época, era usada como respaldo jurídico em ações na Justiça que ordenavam a reposição dos servidores.
O sindicato entrou com uma ação pela contratação do número de policiais faltantes no quadro de servidores. O processo está parado no STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo o sindicato, hoje, a Polícia Civil deveria ter 41.912 policiais, mas tem contratado 27.062 colaboradores.
Governo cita outros dados
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública citou dados de contratações, novos concursos e reajuste salarial e afirmou investir na "valorização, ampliação e recomposição do efetivo policial".
"Nesta gestão, foram contratados mais de 10 mil policiais, sendo 2.058 civis. Outros 289 novos policiais civis estão em formação na Acadepol [academia de polícia] e em breve aturarão em defesa da população paulista. Além disso, novos concursos foram autorizados com 2.750 vagas para a instituição", diz um trecho da nota.
O governo de João Doria também ressaltou ter reajustado em 5% o piso salarial dos policiais do estado, ter equiparado o auxílio-alimentação dos agentes e "ampliado a bonificação por resultados, que passa a ser bimestral". "No ano passado, foram investidos mais de R$ 140 milhões para a aquisição de novas armas e tecnologias", conclui o comunicado.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.