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Vídeo mostra babá pulando de prédio para fugir da patroa; MPT apura caso

Do UOL, em São Paulo

27/08/2021 11h29Atualizada em 27/08/2021 14h35

Um vídeo gravado por um morador registrou o momento em que a babá Raiana Silva, de 25 anos, pulou do 3° andar de um prédio, em Salvador, para fugir da patroa, após ter sido trancada no banheiro.

O caso aconteceu na quarta-feira. Raiana fugiu do imóvel por uma janela, caiu e bateu no parapeito do segundo andar do prédio localizado no bairro do Imbuí, antes de atingir o térreo. Ela foi levada para o hospital com suspeita de fratura nas pernas e escoriações pelo corpo.

No mesmo dia, tanto ela quanto a patroa, Melina Esteves França, prestaram depoimento à polícia. Melina preferiu não falar com a imprensa.

Antes de começar a trabalhar como babá para a família, Raiana residia no município de Itanagra (BA), a 150 km de Salvador, e, desempregada, viu o anúncio de emprego na internet. Como acertou o trabalho pelo telefone, só conheceu os empregadores quando chegou na capital baiana. Ela alega que foi agredida diversas vezes pela mulher quando pediu demissão e foi impedida de deixar o imóvel.

O caso é investigado pela 9ª Delegacia Territorial, no bairro Boca do Rio. A Polícia Civil da Bahia informou que não serão repassados detalhes da investigação para não prejudicar a apuração.

O MPT (Ministério Público do Trabalho) informou que também abriu um inquérito e está acompanhando os depoimentos do caso à polícia. O órgão vai apurar se houve situação de cárcere privado e maus-tratos. A Superintendência Regional do Trabalho da Bahia (SRT-BA) deve analisar documentos e evidências para apontar os detalhes da relação de trabalho e das condições de tratamento dispensadas à empregada.

"Os fatos narrados nos depoimentos são extremamente graves, mas não vamos nos precipitar em formar um juízo antes de ouvir todos os envolvidos e colher as provas disponíveis. No curso do inquérito, essas declarações serão verificadas e os fatos serão analisados para que possamos decidir que providências na esfera trabalhista deverão ser adotadas", disse a procuradora Manuella Gedeon.