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'Hulkinho do tráfico' atuava com 'combo' que levou capa da Playboy à prisão

Hulkinho do Tráfico e Pâmela Pantera atuavam na zona hoteleira de Brasília com venda de sexo e drogas - Reprodução/Instagram
Hulkinho do Tráfico e Pâmela Pantera atuavam na zona hoteleira de Brasília com venda de sexo e drogas Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

23/09/2021 15h15Atualizada em 24/09/2021 09h04

Jean Ferreira Leal, de 27 anos, que ficou conhecido como 'Hulkinho do Tráfico', atuava na zona hoteleira de Brasília de uma forma bastante semelhante à que levou à prisão Flávia Tamayo, que foi capa da Playboy de Portugal e ganhou apelido de Pâmela Pantera. Ela foi detida em julho do ano passado e condenada a oito anos de prisão pelo crime de tráfico e associação para tráfico.

O delegado-chefe da 5ª DP, Gleyson Gomes Mascarenhas, disse ao UOL que o modo de agir dos dois alvos da Polícia Civil do Distrito Federal é recorrente na região.

Há algum tempo a gente vem monitorando o tráfico na região central de Brasília. Nós já sabíamos por causa do grande movimento dos hotéis, de pessoas que vem em trânsito, que havia o comércio sexual e a partir de algum tempo, para [o negócio] ficar mais lucrativo, também começou o comércio de drogas."

hulkinho - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Homem vendia drogas durante programa e era conhecido como 'Hulkinho'
Imagem: Reprodução/Facebook

Hulkinho - apelido usado por Jean nas suas redes sociais - foi preso na tarde de terça-feira (21), em uma padaria da 313 Norte, em Brasília. Ele estava acompanhado de outros dois homens e resistiu à prisão jogando cadeira contra as autoridades, segundo a polícia.

Assim como Pâmela, ele vendia drogas de valores elevados como cocaína e outras substâncias sintéticas, voltadas para um público de alto poder aquisitivo.

Ele já havia sido investigado durante a Operação Rede, a mesma que deflagrou a prisão de Pâmela Pantera. Entretanto, na época, Hulkinho não era alvo dos mandados de prisão.

Flávia Tamayo - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Flavia Tamayo na Praia de Camburi, em Vitória (ES)
Imagem: Reprodução/Instagram

O processo que condenou Pâmela cita que ela oferecia cocaína durante a realização de programas, e "que o tráfico dela era de forma discreta, como uma venda casada, sendo que a pessoa negociava serviço sexual e fornecimento de entorpecente". Ambos atuavam na mesma região, no entanto, segundo a polícia, Hulkinho também comercializava drogas em festas direcionadas ao público LGBTQIA+.

As autoridades ainda não conseguiram estabelecer uma estimativa de lucro das vendas de Hulkinho, mas já apontou que comercialização também ocorria para outros garotos e garotas de programa, configurando tráfico de drogas.

Ainda, de acordo com o delegado, as zonas hoteleiras da cidade estão sob monitoramento da polícia e ele acredita que novos nomes deverão surgir conforme avançam as buscas. "Neste caso [de Jean Ferreira Leal], ele agia sozinho, mas o fornecedor dele também foi preso e ele é comum de outros traficantes. As investigações continuam. O nosso objetivo é coibir este tipo de tráfico. Acreditamos que logo podemos ter outras prisões do mesmo modus operandi", diz.

Hulkinho deve responder pelos crimes de resistência, tráfico de drogas e uso de documento falso, já que apresentou uma CNH com nome de outra pessoa às autoridades no dia da prisão. Além dele, outros dois homens, de 22 e 29 anos, foram detidos. Ele ganhou liberdade provisória nesta quinta-feira.

O UOL tenta localizar a defesa do suspeito desde ontem. Segundo informações preliminares, ele seria representado por um defensor público. A reportagem entrou em contato com a Defensoria Pública do Distrito Federal para posicionamento do profissional designado no caso, mas, até o momento, não obteve retorno com o contato de quem fará a sua defesa. O espaço segue aberto para atualização tão logo esclarecimentos sejam prestados.