Marina Harkot: Caso de ciclista morta em SP terá 1ª audiência em novembro
A Justiça marcou para o dia 24 de novembro, às 13h30, a primeira audiência de instrução presencial sobre o caso da ciclista Marina Harkot, atropelada e morta na zona oeste de São Paulo, em novembro do ano passado. Na ocasião, o microempresário José Maria da Costa Júnior, réu no processo, será ouvido pela juíza Marcela Raia de Sant'Anna pela primeira vez.
Na audiência de instrução, além de José Maria, também serão ouvidos testemunhas — de defesa e acusação —, a Promotoria e a defesa do réu.
Após isso, a magistrada decidirá se há indícios suficientes para que o caso seja levado a júri popular ou não.
José Maria dirigia o carro que atingiu Marina e fugiu sem prestar socorro. Em dezembro do ano passado, a Justiça acolheu a denúncia do MP (Ministério Público) contra ele por homicídio por dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar. Ele responde ao processo que apura as causas e responsabilidades pelo atropelamento e morte de Marina em liberdade.
A Justiça também impôs medidas cautelares como a proibição de acesso a bares, de contato com pessoas envolvidas no caso e a suspensão de sua carteira de habilitação.
A Promotoria imputou a ele homicídio qualificado (com dolo eventual), além dos crimes envolvendo a fuga do local do acidente e a direção "com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool", previstos no Código de Trânsito Brasileiro.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele estava sob influência de álcool no momento em que o acidente aconteceu. O rapaz também foi flagrado por radares dirigindo a 93 km/h em uma via após o atropelamento, sendo que o máximo permitido é de 50 km/h, segundo o MP.
A polícia localizou o carro parado em um estacionamento e com a parte da frente avariada virada para uma parede, na tentativa de esconder as partes quebradas.
Minutos depois do atropelamento, Júnior foi gravado pela câmera do elevador do prédio onde vivia, no centro de São Paulo, subindo para o seu apartamento sorrindo, conversando com alguém pelo celular e na companhia de uma mulher.
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, ele disse que não tinha noção do que pudesse ter acontecido e pediu perdão à família de Marina. Ele negou ter bebido. O UOL tenta contato com a defesa dele hoje e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.
Cicloativista há pelo menos oito anos, Marina era cientista social pela USP (Universidade de São Paulo), ativista feminista e pesquisadora de mobilidade urbana. Em 2018, concluiu um mestrado pela FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP) com a dissertação de título "A bicicleta e as mulheres: mobilidade ativa, gênero e desigualdades socioterritoriais em São Paulo".
Marina era pesquisadora colaboradora do LabCidade (Laboratórios do Espaço Público e Direito à Cidade), ligado à FAU. Ela tinha em curso uma pesquisa de doutorado, também pela FAU, em que estudava a segregação socioterritorial a partir de abordagens de gênero, raça e sexualidade.
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