PF vai investigar ação policial com 26 suspeitos mortos em Varginha
A Polícia Federal deu início hoje a uma investigação paralela sobre os 26 suspeitos mortos na operação policial na madrugada de domingo em Varginha (MG). Peritos já foram aos sítios na área rural da cidade mineira onde as vítimas foram baleadas.
Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, eles faziam parte de uma quadrilha especializada em assaltos a agências bancárias aos moldes do "novo cangaço", tática também conhecida como "domínio de cidades". Todos os suspeitos no imóvel morreram, mas nenhum policial se feriu. O Ministério Público e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado vão investigar a operação.
A Polícia Civil também desenvolve uma investigação sobre o caso. Hoje de manhã, foi confirmada a identificação de 19 corpos com base em impressões digitais. Os exames foram feitos em conjunto entre agentes da corporação e da própria PF.
Relatório de inteligência ao qual o UOL teve acesso identificou as vítimas, que faziam parte de núcleos da quadrilha em Minas Gerais, Goiás e Rondônia. A reportagem também apurou o histórico criminoso dos mortos, envolvidos em assassinatos, assaltos a mão armada, confronto com a PM e até mesmo em uma fuga do sistema prisional.
A Polícia Militar de Minas Gerais informou que os suspeitos foram socorridos ainda com vida nas duas chácaras onde foram baleados. A informação é questionada por especialistas.
"É difícil imaginar que todos os suspeitos sobreviveram inicialmente a uma troca de tiros com armas de alto poder de fogo. [A retirada dos corpos] esvazia a investigação e o laudo de perícia de local. Não estou dizendo que houve uma adulteração da cena do crime, mas isso precisa ser investigado", afirmou Cássio Thyone Almeida de Rosa, perito criminal aposentado e conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
"O envolvimento dos suspeitos nessa série de crimes só reforça a ideia de que eles deveriam ter sido presos [não mortos], porque isso ajudaria a esclarecer crimes do tipo em outros estados. A ação foi mal planejada", disse o sociólogo Luis Felipe Zilli, pesquisador da Fundação João Pinheiro e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Confira, abaixo, a lista dos suspeitos identificados:
Núcleo de Uberaba (MG)
- Thalles Augusto Silva, 32 anos - Tinha passagem pelo sistema prisional
- Júlio César de Lira, 36 anos - Tinha passagem pelo sistema prisional
- Dirceu Martins Netto, 24 anos - Respondeu a processo criminal
- Itallo Dias Alves, 25 anos
- Gleisson Fernando da Silva Morais, 36 anos - Respondeu a processo criminal
- Arthur Fernando Ferreira Rodrigues, 27 anos - Respondeu a processo criminal
- Francinaldo Araújo da Silva, 44 anos
Núcleo de Uberlândia (MG)
- Raphael Gonzaga Silva, 27 anos - Tinha passagem pelo sistema prisional - Mandado pendente
- José Rodrigo Dama Alves, 33 anos - Tinha passagem pelo sistema prisional
- Gilberto de Jesus Dias, 29 anos - Tinha passagem pelo sistema prisional
- Evando José Pimenta Júnior, 37 anos
- Luiz André Felisbino, 44 anos
- Giuliano Silva Lopes, 32 anos - Respondeu a processo criminal
- Ricardo Gomes de Freitas, 34 anos
Núcleo de Goiânia (GO)
- Isaque Xavier Ribeiro, 27 anos - Tinha passagem pelo sistema prisional
- Romerito Araújo Martins, 25 anos - Respondeu a processo criminal
- Zaqueu Xavier Ribeiro, 40 anos
- Eduardo Pereira Alves, 42 anos - Morava em Brasília
Os outros mortos
- José Filho de Jesus Silva Nepomuceno, de 27 anos - Morava no Maranhão - Mandado pendente
- Nunis Azevedo Nascimento, 33 anos - Morava em Porto Velho/RO
- Gerônimo da Silva Sousa Filho, de 28 anos - Morava em Porto Velho/RO, seu nome estava na primeira lista da polícia - Mandado pendente
- Adriano Garcia, 47 anos - Único dos suspeitos que morava em Varginha, onde o grupo foi encontrado - Mandado pendente
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