Vítima de estupro em loja afastou homem com soco: 'Agora trabalho com medo'
Dias depois de sofrer estupro dentro da própria loja, a microempresária Fernanda Silva, de 27 anos, diz que agora trabalha com medo. Ela virou vítima do crime em 11 de novembro, em Santa Rita do Sapucaí, sul de Minas Gerais. O suspeito foi filmado pelas câmeras do estabelecimento e continua sem identificação e solto, causando a sensação de insegurança na mulher.
Ao UOL, Fernanda diz que abriu há um ano a loja de roupas na Avenida Frederico de Paula Cunha, uma das principais da cidade de 43 mil habitantes. Apesar de ainda se recuperar do trauma vivido dentro do próprio estabelecimento, não pretende abrir mão de seguir com o sonho porque é a sua única fonte de renda.
"Eu já voltei a trabalhar até porque é a minha única renda dentro de casa. Se eu parar, não terei o que comer. Também não acho certo parar a minha vida e meu sonho por causa de um vagabundo", afirmou ela.
O suspeito não era conhecido da vítima e usava máscara durante o crime. A Polícia Civil informou que ainda não conseguiu identificá-lo. O UOL apurou que uma pessoa era tratada como suspeita, mas acabou sendo descartada pela investigação.
Enquanto o homem está em liberdade, Fernanda permanece presa ao medo de virar vítima pela segunda vez.
"Fico meio receosa e agora trabalho com medo de ele voltar. Enquanto as polícias não encontrarem, ficarei com medo. Estou tendo companhia na loja. De vez em quando alguém aparece para ficar comigo e a vizinha está mais atenta", comentou a microempresária, acrescentando que iniciou terapia para amenizar o trauma psicológico.
Vítima se livrou após dar soco no suspeito
O crime aconteceu por volta das 10h. O homem entrou fingindo ser cliente a procura de uma camisa. Em determinado momento do atendimento, obrigou a proprietária a entrar no provador e cometeu o crime. A vítima estava sozinha.
Encurralada no provador, a mulher relata que teve o botão da calça estourado, mas conseguiu impedir o suspeito de avançar ainda mais no crime após ameaçar que gritaria por socorro. Mesmo após cometer o delito, o homem saiu andando com calma do estabelecimento, mostram as imagens. Tudo durou pouco mais de dois minutos.
Fernanda conta que, apesar do choque, teve impulso para dar um soco no peito do suspeito.
"Fiquei em choque. Quando conseguiu tocar nas minhas partes íntimas que eu dei um soco no peito dele e o chamei de nojento. Disse que iria gritar por socorro e isso o espantou. Ele ainda saiu dizendo que eu era louca", relembrou.
Polícia Civil busca identificar criminoso
Fernanda denunciou o caso no mesmo dia. A PM (Polícia Militar) recolheu as imagens, mas não conseguiu prender o suspeito em flagrante durante a ronda ostensiva nas redondezas.
Em nota, a Polícia Civil informou que abriu um inquérito para apurar o crime. O caso está registrado como "estupro, cuja investigação encontra-se em andamento na Delegacia de Santa Rita do Sapucaí". Ainda não há informações sobre a identificação do suspeito.
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.
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