Paraty: Mãe de copiloto pede equipamento 'para provar que filho está vivo'
Ana Regina Agostinho, mãe de José Porfírio Júnior, copiloto do avião que desapareceu no mar entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ), fez um novo apelo por mais equipamentos na busca pela fuselagem da aeronave.
A esteticista foi às redes sociais para pedir uma rede de arrasto, item frequentemente usado na pesca por prender uma grande quantidade de peixes. Reclamando da falta de um navio com sonar, que teria sido prometido pelas autoridades, Ana explicou que a rede pode "esbarrar" no avião e ajudar a equipe de mergulhadores a recuperá-lo.
"Ontem eu tive a informação de que hoje a gente teria um navio com sonar no local para nos auxiliar, que é o necessário para içar esse avião, para terem certeza que não tem vítimas lá dentro, para as buscas começarem nas ilhas, com cães, e ser mais efetivas. Mas, até agora, esse navio não chegou, o navio que está no local, na verdade, está sem recurso", lamentou a mãe do copiloto em seu Instagram.
"Fomos lá no local, os militares, coitados, não têm culpa de os transportes deles estarem sucateados, porque na verdade é uma sucata, eles também são vítimas. Gente, por favor, me ajudem, eu preciso, agora, para essa madrugada, de uma rede de arraste jato negro, que é uma rede maior, de maior extensão, pra gente poder fazer esse arraste na madrugada, pra, pela manhã, a gente já localizar o avião", pediu Ana.
As buscas por José Porfírio Júnior, 20 e pelo passageiro Sérgio Dias Alves Filho, 45, já duram nove dias. O bimotor em que eles estavam caiu no mar na noite de quarta-feira (24). O corpo do terceiro ocupante, o piloto Gustavo Carneiro, 27, foi recuperado um dia depois.
O navio com sonar, dispositivo que emite ondas sonoras sob a água para detectar e localizar a posição de objetos submersos, é um pedido da família do copiloto desde o início das buscas. Mas, agora, a mãe do rapaz afirma que desistiu de contar com a ajuda da Marinha, que até o momento encontrou apenas objetos pessoais dos desaparecidos: uma mochila e uma nécessaire.
"A rede de arraste esbarra onde estiver alguma coisa, no fundo do mar, e aí é onde os mergulhadores vão conseguir mergulhar no ponto exato e amarrar uma boia para que ele (o avião) suba. Então assim, me ajudem, procurem essa rede de arraste. Não vou mais esperar pela Marinha, porque infelizmente está sucateado mesmo, eles estão sendo desonestos comigo, com uma mãe desesperada. (...) A minha sorte é que eu tenho toda uma estrutura de família e apoio psicológico da parte dos Bombeiros. Eu preciso tirar esse avião do fundo do mar pra todo mundo ver que meu filho não está lá dentro, pra poder efetivar essas buscas nas ilhas", completou a mulher.
Piloto relatou falha nos motores
O piloto de avião José Porfírio de Brito, 60, pai do copiloto, afirmou que o bimotor do filho sofreu uma pane nos dois motores antes de cair no mar, enquanto fazia o trajeto entre o Aeroporto dos Amarais, em Campinas, e o de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Ele relatou as informações ao Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, logo após o acidente.
Ainda segundo o jornal Extra, José Porfírio detalhou aos bombeiros que um comandante de um Boeing da companhia aérea Gol, que passava pelo local, teria recebido alerta pelo rádio de comunicação e orientou o piloto sobre como proceder diante da pane, com um pouso de emergência em direção à costa.
De acordo com os bombeiros, o pai do copiloto teria recebido as coordenadas da localização do acidente, local em que militares encontraram uma poltrona e objetos que acreditavam ser da aeronave.
"O que ele me relatou é que, como a aeronave estava em pane, tem um canal que eles pedem socorro para aeronaves que estão próximas, eles conseguiram um contato com um Boeing e o piloto dessa aeronave deu todas as dicas. Teria dito para mirar na costa. No relato do piloto da aeronave, ele disse que o primeiro e o segundo motor pararam", informou o coronel Rodrigo Bastos ao jornal carioca.
O comandante do Corpo de Bombeiros da Área Marítima explicou que, conforme o relato do pai, o comandante do Boeing orientou que o piloto do bimotor seguisse para a costa e destravasse as portas.
"Por que, num contato com a água, elas poderiam travar. Aí, o Boeing já acionou o Serviço Salvaero. Como o pai é piloto, ele partiu para lá e encontrou o assento e miudezas. Acreditamos que esse avião esteja inteiro no mar", disse Bastos.
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