Paraty: Família crê em sobrevivência de copiloto e faz campanha por buscas
A família e a namorada do copiloto José Porfírio de Brito Filho, 20, fazem pressão nas redes sociais utilizando a tag #Achemoavião, como forma de pressionar a Marinha do Brasil a localizar o avião bimotor que caiu há uma semana no mar, entre Ubatuba (SP) e Paraty (RJ). Enquanto a mãe, Ana Regina Agostinho, pede esforços por acreditar que encontrará o filho vivo, a namorada dele, Thalya Viana, pede que equipamentos mais potentes sejam utilizados na procura e critica a suposta falta de comunicação do órgão durante os trabalhos.
A Marinha faz buscas desde o dia seguinte ao acidente; ontem, declarou ter encontrado uma mochila no último final de semana na área de buscas, o que não havia sido divulgado anteriormente. Até o momento, apenas um assento, uma mochila e o corpo do piloto Gustavo Carneiro foram localizados. Além do copiloto, também ainda não foi encontrado o empresário Sérgio Alves Dias Filho, 45.
O apelo nas redes sociais chegou a ter 13 mil menções e a ficar entre os assuntos mais comentados do Twitter. A ideia é pressionar a Marinha para reforçar as buscas com equipamentos de ponta, como sonar em navio, drone com equipamento infravermelho e helicóptero com câmera térmica. A campanha vem após pedido semelhante do surfista Pedro Scooby nas redes sociais.
Nas redes sociais, no entanto, o perfil da Marinha no Instagram limitou ou desativou a opção de comentários, o que gerou mais insatisfação. "A forma que você pretende resolver seus problemas é nos calando?", questionou ao órgão Thalya nos Stories no Instagram. Ela sinalizou marcação para perfis como o do presidente Jair Bolsonaro, da ONU (Organização das Nações Unidas) no Brasil e da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Rio de Janeiro.
Procurada, a Marinha do Brasil alega ao UOL que segue apoiando a Força Aérea Brasileira (FAB), coordenadora das buscas pela aeronave prefixo PP-WRS. Em posicionamento oficial em seu site, o órgão diz que as buscas continuam ativas após sete dias consecutivos "considerando padrões técnicos, as ações de ventos, marés e correntes de deriva" e que, até o momento, "não foram encontrados novos indícios que pudessem contribuir para a localização da aeronave e de seus ocupantes".
"O Com1ºDN esclarece que é solidário ao momento vivenciado pelos familiares de cada tripulante e, com o propósito de obter mais informações que possam auxiliar nas buscas, o Salvamar Sueste, estrutura orgânica responsável por Operações de Busca e Salvamento (SAR) nesta região, emitiu Aviso aos Navegantes, dando ampla divulgação por Rádio, com o objetivo de alertar e solicitar apoio a todas as embarcações nas áreas próximas", informa.
Esperança
Na manhã de hoje, Ana Regina Agostinho voltou a demonstrar seu desejo de encontrar o filho com vida, revelando uma das últimas conversas que teve com ele por meio de mensagens no WhatsApp.
"Mãezinha, mãezinha. Quero comidinha", escreveu o jovem. "A sua mamãezinha vai fazer muita comida para você meu filho", respondeu a mulher, no Instagram. "Eu acredito que meu filho está vivo. Sinto isso no meu coração", declarou em conversa com o jornal carioca O Globo.
Paralelamente aos esforços da Marinha, a família faz buscas por conta própria usando barcos privados. Moradores e cães farejadores auxiliam Ana Regina e o pai do copiloto, José Porfírio de Brito, 60, vasculhando as ilhas de Paraty e os arredores de Ilha Grande.
Ontem, foi revelado que José Porfírio de Brito informou aos Bombeiros que a aeronave havia sofrido uma pane nos dois motores antes de cair. Ele também teve acesso à informação de que o comandante de um Boeing da Gol chegou a auxiliar o piloto Geraldo Carneiro no pouso de emergência, o instruindo a pousar voltado para a costa. Ainda não há confirmação oficial sobre o que provocou o acidente, o que segue sendo investigado.
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