Prefeito de Atalaia do Norte classifica caso de Dom e Bruno como 'isolado'
Denis Paiva (União Brasil), prefeito de Atalaia do Norte (AM), afirmou que o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips na região é um "caso isolado" e que isso não reflete a situação real da área.
"Os problemas são a nível nacional, nos estados, nas metrópoles. É tanta violência e ninguém resolve de forma efetiva. Aqui ocorre um caso isolado, que é preocupante e triste, mas estamos no olho de furacão com notícias negativas", falou em entrevista com a CNN Brasil.
"Tentamos superar o abandono de gestões anteriores e nos deparamos com essa situação lamentável, mas não precisa passar por informações distorcidas de que aqui é terra sem lei, que o narcotráfico reina, isso é mentira", completou.
Segundo Paiva, as notícias sobre os desaparecimentos trouxeram atenção indesejada para Atalaia do Norte, o que resultou em "prejuízo" e "linchamento do nosso povo".
O prefeito negou haver "histórico de violência, exploração de ouro e madeireiro" e que a maioria dos moradores é "trabalhador, pai de família que se sustenta com a pesca".
Hoje mais cedo, Paiva falou que o caso pode ter relação com a "máfia dos peixes", conforme mostrou a agência de notícias norte-americana AP (Associated Press): "O motivo do crime é uma briga pessoal pela fiscalização da pesca", afirmou.
A AP também afirmou ter tido acesso a informações que a Polícia Federal teria compartilhado com lideranças indígenas. Além da "máfia do peixe", a PF não descartaria outras linhas de investigação. A agência internacional, inclusive, ressaltou que a região do desaparecimento tem forte atividade de narcotráfico.
A dupla sumiu em Atalaia do Norte, próximo à Terra Indígena Vale do Javari, uma reserva que sofre com disputas entre tráfico de drogas, madeiras e garimpo ilegal. A área é a segunda maior terra indígena do Brasil, e sofre há anos com ataques armados a postos de controle da Funai (Fundação Nacional do Índio) e invasões de caçadores ilegais.
Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, foi preso e quatro testemunhas foram ouvidas. Na sexta-feira (10), uma testemunha disse à Polícia Civil ter visto o suspeito com outro homem na lancha logo atrás da embarcação onde estavam Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira. O segundo envolvido ainda não foi identificado pela polícia. Peritos encontraram, no barco de Amarildo, vestígios de sangue.
Informações desencontradas
O caso de Bruno e Dom, que estão desaparecidos desde 5 de junho, foi marcado hoje por informações desencontradas. No início da manhã, a Embaixada brasileira em Londres teria informado à família do jornalista que o corpo dele foi localizado.
A Polícia Federal, que lidera o caso, negou que os dois homens tenham sido encontrados. "Não procedem as informações que estão sendo divulgadas a respeito de terem sido encontrados os corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips", falou em nota.
O texto afirma ainda que "conforme já divulgado, foram encontrados materiais biológicos que estão sendo periciados e os pertences pessoais dos desaparecidos".
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