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PF diz que pescador confessou morte de Dom e Bruno; restos foram achados

Jornalista Dom Phillips e indigenista Bruno Araújo - Divulgação
Jornalista Dom Phillips e indigenista Bruno Araújo Imagem: Divulgação

Lucas Raposo

Colaboração para o UOL, em Manaus

15/06/2022 20h58

A Polícia Federal afirmou em entrevista coletiva na noite desta quarta-feira (15) que o pescador Amarildo da Costa Oliveira, também conhecido como "Pelado", confessou que matou e enterrou os corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian, na região do Rio Javari (AM). A informação foi confirmada por Eduardo Alexandre Fontes, superintendente regional da PF no Amazonas.

Amarildo foi preso em flagrante no dia 7, por porte de munição de uso restrito. Segundo Fontes, o pescador confessou na noite de terça-feira (14), voluntariamente, a autoria do duplo homicídio, e contou com detalhes a dinâmica do crime. De acordo com o relato de Amarildo, Bruno e Dom Phillips teriam sido mortos por arma de fogo —informação que ainda precisa ser confirmada pela perícia.

Nesta quarta, com a ajuda do próprio Amarildo, as forças de segurança do Amazonas encontraram restos humanos enterrados em uma região remota, mais de três quilômetros mata adentro. A PF informou que o material orgânico será enviado para análise nesta quinta-feira (16), com o objetivo de confirmar a identificação.

O delegado Guilherme Torres da Polícia Civil do Amazonas afirmou, logo após a coletiva, que "tudo leva a crer" que os restos humanos encontrados são de Dom e Bruno. Segundo ele, para chegar ao local indicado por Amarildo, a equipe saiu de Atalaia do Norte e navegou por 1h40 pelo rio Itaguaí, depois caminhou por 25 minutos pela mata, até encontrar a região onde o material foi desenterrado.

A Polícia Civil não descarta a possibilidade de outras pessoas estarem envolvidas no crime. Além de Amarildo, o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, está preso, e, segundo a PF, há um terceiro investigado. "Existe a possibilidade de decretação de outras prisões", afirmou Torres.

O superintendente também informou que a PF trabalha com várias linhas de investigação sobre as motivações do crime, que estão sob sigilo.

Bruno e Dom foram vistos pela última vez na tarde de 5 de junho no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte (AM), no Vale do Javari.

Logo após as declarações da PF, Alessandra Sampaio, esposa de Dom Phillips, se manifestou sobre o caso. "Embora ainda estejamos aguardando as confirmações definitivas, este desfecho trágico põe um fim à angústia de não saber o paradeiro de Dom e Bruno. Agora podemos levá-los para casa e nos despedir com amor", afirmou.