Fatalidade e colchão de descanso: o que diz o suspeito de matar aluna no PI
A defesa do aluno de mestrado em matemática da UFPI Thiago Mayson Barbosa, 29, preso em flagrante suspeito de estuprar e matar a estudante da mesma universidade Janaína da Silva Bezerra, 21, mantém a versão de "sexo consensual" e diz que a morte foi uma "fatalidade".
O caso ocorreu na madrugada do sábado (28) no prédio da universidade durante um evento conhecido como "calourada".
Não é a intenção de defesa posicionar a vítima como culpada pela fatalidade, isso jamais será nossa bandeira nessa batalha processual. O que temos a declarar é que houve uma fatalidade, tivemos uma vítima e duas famílias sofrendo nesse momento.
Defesa de Thiago Barbosa, estudante de mestrado da UFPI
A advogada de Thiago, que pediu para não ser identificada no texto, afirma que ele está abalado após a prisão e que a maior preocupação do estudante é com os familiares. A mãe de Thiago, segundo a defesa, "está sem condições de falar, ela não come nem dorme".
O colchão encontrado pela polícia na sala em que ocorreu o crime, segundo a defesa, era utilizado para "descanso" do estudante - já que ele teria o hábito de usar o espaço com frequência para estudar. Por esse motivo, nessa versão, ele teria a chave do lugar.
Madrugada do dia 28, segundo a defesa
Janaína e Thiago teriam se encontrado pela primeira vez em outro evento universitário. Na ocasião, segundo a versão dele, ambos teriam trocado beijos.
Na noite do dia 28, Thiago teria passado por Janaína na calourada com uma bebida na mão e ambos teriam trocado olhares, segundo a defesa.
Minutos depois teriam ido para um local "mais reservado" no campus. Ainda segundo a versão do homem, ambos teriam partido para um local ainda mais longe da presença de mais estudantes: a sala de estudos.
De acordo com a versão de Thiago, Janaína não aparentava sinais de embriaguez, tampouco de ter utilizado drogas. No local, tiveram a primeira relação sexual e dormiram. Depois, teriam acordado por volta das 4h. Ela teria pedido açúcar a Thiago.
Ele teria estranhado o pedido e ela, respondido que naquele dia havia se alimentado mal. Ele, por sua vez, diz a defesa, teria se lembrado que havia na sala banana e maçã provenientes do restaurante universitário.
Depois de comer, eles teriam tido mais uma relação sexual, de acordo com o relato de Thiago. Entre a primeira e a segunda relação, uma amiga de Janaína teria ligado para a estudante, que, segundo a defesa de Thiago, disse que estava bem.
A advogada que representa o estudante disse até esse momento ele não havia percebido a presença de sangue.
Na segunda relação sexual, a defesa afirma que a jovem ficou ajoelhada no colchão e em um dado momento o corpo dela teria começado a ficar pesado. Thiago teve, então, conforme a defesa, a sensação de que ela havia dormido mais uma vez.
Às 5h40, ele havia acordado com diversas mensagens no celular de Janaína e teria começado a chamá-la. Thiago sentiu Janaína fria. Com luz mais forte nas janelas, Thiago teria percebido o colchão sujo de sangue. A defesa afirma que ele acreditou que a aluna estivesse menstruada.
Ele teria, então, começado a ligar para um amigo e dizer que Janaína não estava bem. Thiago tentou vestir a jovem, mas não conseguiu. Ele passou a cobri-la para leva-la com um carro por aplicativo até um hospital.
O estudante teria pego Janaína nos braços quando avistou o segurança da universidade e pediu ajuda.
Janaína foi levada ao hospital Primavera. No local, os profissionais teriam desconfiado da situação. Nesse momento, uma amiga da jovem mandou mensagem para Thiago e ele teria informado que a levaria para o hospital.
Segundo a defesa, a marca no rosto da jovem teria se originado em decorrência de batidas do rosto no chão pela posição sexual adotada.
O mesmo argumento também é utilizado para a lesão apontada no laudo. A versão de Thiago à defesa dele é que a posição sexual adotada teria ocasionado a lesão na coluna. Agora, a defesa de Thiago espera a conclusão do laudo pericial para indicar como ocorreu a lesão da coluna cervical.
O que aponta o laudo
De acordo com o laudo do IML, "a causa da morte foi 'trauma raquimedular [lesão na medula] por ação contundente". A lesão pode ter sido causada por pancada, que teria torcido ou traumatizado a coluna vertebral, conforme a médica legista.
O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Baretta, afirmou que houve estupro.
Segundo o documento houve uma contusão na coluna vertebral, o que causou a lesão da medula espinhal e a morte. A lesão pode ter sido causada por pancada, que teria torcido ou traumatizado a coluna vertebral, conforme a médica legista.
Uma das possibilidades investigadas é a ação das mãos no pescoço da vítima "com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta".
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