Chuvas em SP: 'Não adianta sistema de alerta sem convencimento', diz Waldez
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, falou sobre a ideia de instalar sirenes para alertar moradores e turistas em situações de risco, após reunião com prefeitos do litoral de São Paulo. A estratégia foi uma das apresentadas ontem pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Está na hora, sim. Mas isso não se faz só com equipamento. Não basta só instalar o equipamento lá, se não tiver um convencimento. Acredito em uma política bem estruturada a partir da comunidade: prefeitos, vereadores, igreja, alunos, escola, repetir isso várias vezes. Se passar 10 anos, 20, sem precisar usar, não tem problema. Mas, tendo alerta, todo mundo tem que respeitar
ministro Waldez Góes
O ministro ressaltou que outras medidas, como remoção de pessoas das áreas de risco e construção de moradias seguras demoram um tempo, o que o fez defender uma política educacional sobre o tema.
"Vai funcionar com um processo educacional. É uma política. E nós estamos dispostos, o presidente Lula, todo mundo, a estruturar isso. É preciso que haja o engajamento e o comprometimento de todo mundo", finalizou.
Especialistas ressaltam que o uso de sirenes não deve ser visto como solução permanente. As soluções principais devem priorizar programas de habitação popular e desocupação de áreas de risco.
Seria muito interessante ver como as autoridades públicas responsáveis por esse crime de omissão reagiriam fossem eles os moradores em áreas de risco, vendo-se submetidos à brutalidade de, ao som de uma sirene, ou de um torpedo no celular, deixar suas casas às 3 horas da manhã sob chuva torrencial, carregando idosos, crianças, doentes e parentes com necessidades especiais para fugir do barro e das pedras
Álvaro Rodrigues, geólogo e antigo pesquisador do IPT
O governo de São Paulo atualizou para 54 o número de vítimas das chuvas litoral norte. São 53 mortos em São Sebastião e 1 em Ubatuba.
38 corpos já foram identificados e liberados para o sepultamento:
- 13 homens adultos;
- 12 mulheres adultas e;
- 13 crianças.
Outras 15 pessoas permanecem internadas, mas em estado estável. Há também 2.251 desalojados e 1.815 desabrigados.
Reunião em Brasília
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, explicou que após a reunião com prefeitos do litoral de São Paulo, que aconteceu hoje em Santos, serviu como forma de alertar e preparar outras cidades para possíveis desastres causados pelas chuvas de verão, que continuam acontecendo. Durante o encontro, cada prefeito apresentou ao ministro Waldez "as suas emergências nos casos de Defesa Civil".
Além disso, o França explicou que ficou definido um novo encontro para daqui 15 dias, em Brasília. Segundo ele, a ideia é organizar as demandas e redistribuir as ações também por outros ministérios.
"Objetivo é reformular forma anterior, de deixar acontecer para depois tomar conta da situação. Nós estamos aqui para exatamente evitar que as coisas aconteçam no litoral de São Paulo. O verão continua, muitas pessoas continuam descendo a Serra e você não tem como impedir as pessoas de usar o tempo de lazer e passar a temporada aqui", disse Márcio França.
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