Topo

Conteúdo publicado há
12 meses

Indígenas presos por manifestação em obra de luxo são soltos após 20 dias

Segundo os guarani e kaiowá, a terra onde ocorre a obra de um condomínio de luxo pertence a reserva deles, o que não tem sido respeitado pela construtora Corpal Incorporadora - Reprodução/Cimi
Segundo os guarani e kaiowá, a terra onde ocorre a obra de um condomínio de luxo pertence a reserva deles, o que não tem sido respeitado pela construtora Corpal Incorporadora Imagem: Reprodução/Cimi

Do UOL, em São Paulo

02/05/2023 16h56Atualizada em 03/05/2023 20h31

Oito dos nove indígenas presos por manifestação na obra de um condomínio de luxo em Dourados (MS) foram soltos após 20 dias.

O que aconteceu:

A soltura deles foi autorizada após a DPU (Defensoria Pública da União) entrar com pedido de habeas corpus na sexta-feira (28). A liminar foi concedida pela 11ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

Apenas um deles permanece preso, mas por um outro processo criminal que tramita em segredo, segundo a DPU.

A prisão deles pela Polícia Militar era "ilegal" e sem "motivos concretos", segundo a Defensoria de Direitos Humanos do Mato Grosso do Sul.

Os indígenas estavam detidos desde o dia 8 de abril. Segundo os guarani e kaiowá, a terra onde ocorria a obra pertence à reserva deles, o que não estava sendo respeitado pela construtora Corpal Incorporadora.

A DPU afirmou que os indígenas haviam acionado o MPF (Ministério Público Federal) e a construtora antes de fazerem a ocupação no início de abril. A empresa havia se comprometido a parar as obras, mas os indígenas afirmam que um muro continuou a ser erguido.

A Corpal disse estar "suspendendo a realização das obras na referida área" em abril e hoje reiterou a paralisação do empreendimento, após questionamentos do MPF feitos em março sobre a construção.

A disputa dos guarani kaiowá - Arte/UOL - Arte/UOL
Área em disputa
Imagem: Arte/UOL

Terra "reservada"

A Reserva Indígena de Dourados abriga ao menos 15 mil pessoas, segundo o Instituto Socioambiental. A situação da terra é "reservada", ou seja, a demarcação dela como território indígena ainda não foi firmada, mas já teve seu processo iniciado.

Na sexta-feira (28), o presidente Lula (PT) assinou as homologações de seis terras indígenas, mas não a de Dourados. Lula, no entanto, se comprometeu a fazer todas as demarcações pendentes até o final do mandato.