Polícia suspeita que assassinos foram a quiosque errado atrás de miliciano
A Polícia Civil do Rio de Janeiro suspeita que os médicos assassinados na Barra da Tijuca, na madrugada de hoje, foram mortos por engano. Um informante do grupo rival ao de um miliciano de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio, teria confundido o criminoso com o ortopedista Perseu Almeida, uma das vítimas.
O que aconteceu
Almeida, 33, teria sido confundido com Taillon Barbosa, acusado de integrar uma milícia da zona oeste do Rio. Em dezembro de 2020, o Ministério Público denunciou o homem de 26 anos por liderar um grupo que atuava na região de Rio das Pedras, Muzema e áreas próximas.
Os assassinos teriam ido ao "quiosque errado" para executar as vítimas. Segundo apurou o UOL, os bandidos tinham a informação de que Taillon frequentava o "Quiosque do Naná", reduto da milícia da qual ele faz parte.
O informante diz aos bandidos, em áudio obtido pelo UOL, que os alvos da milícia estariam no "Quiosque do Naná 2", que fica a menos de 100 metros do "Quiosque do Naná". Mas quem estava lá eram os médicos, sendo que Almeida era fisicamente parecido com Taillon.
Informante teria confundido médicos com seguranças
Taillon Barbosa está em liberdade há cerca de 10 dias. Ele foi preso em novembro de 2020 e ficou na cadeia até março de 2023, quando passou à prisão domiciliar. No mês passado o miliciano teria progredido para liberdade condicional.
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que homens descem de um carro branco e correm atirando em direção aos médicos. O vídeo começou a ser analisado no fim da tarde de hoje pela Delegacia de Homicídios da Capital.
Investigadores dizem acreditar que o grupo matou os três médicos por acreditar que eles faziam a segurança armada do miliciano.
Os outros mortos são os ortopedistas Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf de Souza Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP). A quarta vítima, Daniel Sonnewend Proença, está em estado estável no Hospital Municipal Lourenço Jorge.
Almeida teria pedido para trocar de plantão no hospital onde trabalha justamente para ir a um congresso de ortopedistas no Rio.
Médico morava em cidade mais violenta do país
Almeida dava plantão em um hospital em Jequié (BA), a cerca de 300 km de Salvador. A cidade, de 158 mil habitantes, foi a mais violenta do país no ano passado, segundo a edição mais recente do Anuário Brasileiro da Segurança Pública.
A publicação apontou que Jequié teve 88,8 assassinatos para cada 100 mil habitantes em 2022. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que organiza as informações do Anuário, 6 dos 10 municípios mais violentos do Brasil no ano passado estão na Bahia.
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Quero receberO médico morava na cidade desde o início do ano e visitava o Rio pela primeira vez. Ele dava plantão às quartas-feiras no Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié, e também em três locais em Ipiaú, a 50 km dali — duas clínicas particulares, umas delas da família, e no Hospital Geral De Ipiaú.
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