O que falta descobrir sobre o furto de 21 metralhadoras do Exército em SP

A Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou 8 das 21 metralhadoras que foram furtadas do AGSP (Arsenal de Guerra de São Paulo), em Barueri, mas as investigações seguem em andamento.

O que falta descobrir?

Não se sabe a localização das 13 armas ainda desaparecidas. As já recuperadas foram achadas em um carro no bairro Gardênia Azul, zona oeste do Rio, após uma ligação anônima para a polícia, mas não havia indicação sobre o restante do material.

As armas teriam sido compradas pelo Comando Vermelho. O novo secretário de segurança pública do Rio, Marcus Amim, confirmou que elas foram compradas por uma facção, sem mencionar o nome, mas o UOL confirmou que se trata do CV.

O Exército investiga quem desviou o armamento do quartel. O general Maurício Vieira Gama, do Comando Militar do Sudeste, afirmou na última quinta (19) que há militares e civis entre os suspeitos, mas não detalhou quantos seriam.

Não se sabe exatamente quando as armas foram furtadas. O Exército confirma apenas que elas sumiram entre 6 de setembro, data da última inspeção em que estavam no local, e 10 de outubro, quando se verificou que haviam desaparecido.

Uma das hipóteses do Exército é que o crime ocorreu em 7 de setembro. Como o quartel estava mais vazio que o habitual, devido ao feriado do Dia da Independência, os militares suspeitam que os criminosos tenham aproveitado uma brecha nessa data.

A maneira como as armas foram levadas também é incerta. Segundo o general Vieira Gama, a única certeza é que houve furto, mas ainda não se sabe se elas foram retiradas todas de uma vez ou não.

O Exército considera esse episódio inaceitável e não medirá esforços para responsabilizar os autores e recuperar todo o armamento no mais curto prazo
General Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste

Diretor do arsenal será exonerado

O tenente-coronel Rivelino Barata Batista de Sousa, diretor do arsenal, será exonerado do cargo. Ele manterá seu posto militar, mas será retirado da chefia do quartel por decisão do Comandante do Exército, general Tomás Paiva.

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Envolvidos vão responder por crime militar. De acordo com o general Vieira Gama, militares temporários envolvidos no caso serão expulsos, enquanto os de carreira responderão a processos disciplinares, além das eventuais punições criminais.

Exército mantém 160 militares aquartelados. Após a descoberta do sumiço das armas, todos os 480 militares do quartel de Barueri haviam ficado retidos para colaborar com as investigações. Destes, cerca de 320 já foram liberados.

Tráfico teria avisado polícia sobre as armas

A polícia suspeita que foi o próprio Comando Vermelho que alertou a polícia do Rio sobre as armas encontradas ontem. A ideia da facção, segundo apurou o UOL, seria evitar uma investigação mais aprofundada no local.

As armas encontradas ontem estavam inoperantes. Segundo o Exército, todas as metralhadoras furtadas estavam "inservíveis". Elas estavam armazenadas para passarem por manutenção, se isso fosse viável, ou serem inutilizadas.

Apesar de estarem fora de uso, as armas poderiam ser facilmente consertadas, segundo especialistas no setor. O secretário de segurança pública de São Paulo, Guilherme Derrite, alertou para "consequências catastróficas" do possível uso das armas por facções.

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O armamento furtado é capaz de derrubar helicópteros e perfurar veículos blindados. Até o momento, foram recuperadas quatro metralhadoras .50 e quatro metralhadoras 7,62 mm. Faltam agora nove armas do calibre .50 e outras quatro do 7,62.

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • Diferentemente do informado, as armas recuperadas eram metralhadoras 7,62 mm, e não fuzis. O texto foi corrigido.

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