Josias: Brasil vive epidemia de violência em escolas e não sabe como lidar
Os casos de violência nas escolas se tornaram uma epidemia no Brasil e o país ainda não sabe como enfrentar o problema. A avaliação é do colunista do UOL Josias de Souza, sobre o ataque a tiros a uma instituição de ensino na cidade de São Paulo que deixou pelo menos um morto e dois feridos.
Não podemos analisar esse episódio como um caso isolado. O Brasil está submetido a problemas cada vez mais agudos e não consegue resolver suas moléstias sociais. O país morre a conta-gotas nas estatísticas de homicídio. Mata-se em toda parte, inclusive nas escolas. A reiteração da violência nas escolas precisa conduzir o Brasil a duas conclusões óbvias. Estamos diante de uma epidemia e não sabemos como lidar com ela. Josias de Souza, colunista do UOL
No UOL News da manhã de hoje (23), Josias lembrou o caso recente ocorrido em Poços de Caldas (MG), quando um aluno foi morto a facadas, e o assassinato de uma professora em São Paulo em março. O colunista ressaltou que, para mitigar este problema, é necessário um esforço conjunto das diversas esferas governamentais, das famílias e dos profissionais de educação.
É um problema que não envolve apenas o Estado, mas também o ambiente escolar, as famílias e a dificuldade que a sociedade tem de lidar com essas ferramentas da modernidade. Hoje, as crianças conversam mais com as telas virtuais do que com os pais. Enquanto não lidarmos adequadamente com o problema, vamos experimentar essa reincidência de assassinatos em escolas. Josias de Souza, colunista do UOL
Deputada: Governo de SP tem total responsabilidade sobre ataque a escola
A deputada estadual Professora Bebel (PT-SP) afirmou que o governo de São Paulo "tem total responsabilidade" sobre o ataque a tiros em uma escola em Sapopemba, na zona leste da capital. A parlamentar acusa o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de minimizar a questão da violência nas escolas e pediu para ele tomar providências urgentes, ou "esses casos vão continuar".
O governo de São Paulo tem total responsabilidade. Desde a morte da professora [Elizabeth Tenreiro, assassinada em março em um ataque a uma escola na Vila Sônia], estão acontecendo ondas de violência, o governador fez uma ação naquele caso e, depois, deixou para lá. Não pode. Tem que continuar aprofundando e, ao mesmo tempo, dando estrutura para as escolas. Professora Bebel, deputada estadual (PT-SP)
Não é o caso de ter detector de metais na entrada de escolas, diz coronel
O coronel da reserva da PM-SP José Vicente não vê necessidade de colocar detector de metais na entrada das escolas. O oficial defende medidas mais amplas para combater os casos de violência nas instituições e reforçou que a escola "deve ser a primeira prioridade do policiamento", o que ajudaria a inibir ataques violentos.
Não é o caso [de se implementar detectores de metais]. A entrada dos alunos é muito tumultuada. Isso atrapalharia terrivelmente o andamento da rotina escolar. A polícia tem que ter uma análise de vulnerabilidade de cada estabelecimento, de tal forma que as escolas mais vulneráveis suscitam mais cuidados em termos da presença de policiais. A polícia sabe onde são essas escolas e deve direcionar um esforço concentrado de atenção em sua gestão. José Vicente, coronel da reserva da PM-SP
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