Advogada denunciada por matar ex-sogro e a mãe dele vira ré em GO
A advogada Amanda Partata, 31, denunciada por envenenar e matar o pai e a avó de um ex-namorado, se tornou ré na Justiça de Goiás pelos crimes de dois homicídios consumados e dois tentados.
O que aconteceu
A denúncia oferecida pelo MPGO (Ministério Público de Goiás), ontem, foi aceita hoje pela Justiça. A decisão foi proferida pelo juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva. "A peça portal está embasada em dados empíricos, narrando acontecimentos que se amoldam, em tese, a homicídios consumados e tentados, oportunizando o exercício da ampla defesa e merecendo ser recebida", argumentou o magistrado.
O Tribunal de Justiça de Goiás também converteu a prisão temporária em preventiva. Com isso, Amanda Partata responderá o processo presa. Ela é acusada das mortes, por envenenamento, de Leonardo Pereira Alves, 58, e Luzia Tereza Alves, 86, respectivamente pai e avó do ex-namorado dela, Leonardo Pereira Alves Filho.
Homicídios triplamente qualificados. Amanda foi denunciada por dois homicídios triplamente qualificados, com o emprego de meio insidioso (veneno), por motivo torpe (forma de vingança contra o ex-namorado) e também cometidos mediante dissimulação, já que a denunciada colocou substância química dentro de bolos de pote.
Ela também foi denunciada por tentativas de homicídio contra outras duas pessoas. A denúncia do MPGO diz que ela ofereceu os doces envenenados a outros familiares do ex-namorado. As mortes só não se concretizaram porque ambos recusaram o alimento.
Ainda corroboram a necessidade de se resguardar a ordem pública os registros criminais anteriores da denunciada, os quais sugerem personalidade voltada à prática de crimes e com emprego de dissimulação. Recorde-se que há relatos de que a
denunciada apresentava-se como advogada formada na Universidade de São Paulo e como psicóloga sem possuir formação própria.
Trecho de decisão do TJGO
Polícia indiciou Amanda
A Polícia Civil de Goiás indiciou a advogada pelo crime na segunda-feira (15). A mulher está presa desde o último dia 20 de dezembro.
Apesar de o fato já ter sido completamente esclarecido ainda no ano passado, em 12 dias após as mortes das vítimas Leonardo e Dona Luzia, a Polícia Civil precisou de um tempo maior para concluir e remeter esse inquérito ao Poder Judiciário, porque aguardava ainda o resultado da análise do conteúdo do aparelho celular da investigada Amanda Partata. Carlos Alfama, delegado
Advogada pesquisou veneno horas antes
Amanda pesquisou antes e no dia do crime se seria possível descobrir o envenenamento. Ela também procurou na internet se a substância tinha gosto.
Ela também comprou veneno pela internet usando o próprio nome e endereço. A advogada pediu a entrega em Itumbiara, a cerca de 200 km da capital goiana. Como não estava na cidade, ela pediu a um motorista de aplicativo que levasse a caixa até ela, em Goiânia.
Vídeos obtidos pela investigação mostram mulher recebendo e abrindo o pacote. A nota fiscal mostra que a substância adquirida é a mesma encontrada no corpo das vítimas.
O crime
Crime ocorreu no dia 17 de dezembro. Amanda Partata teria envenenado os familiares de seu ex-namorado por não aceitar o fim da relação. Ainda de acordo com os investigadores, ela mantinha contato com as vítimas porque fingia estar grávida do ex.
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Quero receberPolícia disse acreditar que ela cometeu o crime para afetar o ex-namorado. Em conversas com ele no WhatsApp, ela perguntou qual era o maior medo dele, e concluiu que era de perder a família.
Suspeita pareceu fria e não demonstrou arrependimento, disseram os policiais. Ela entrou com um pedido de soltura, mas a Justiça de Goiás negou. "A Polícia Civil espera que a prisão seja mantida. É uma pessoa perigosa", afirmou um dos investigadores em entrevista coletiva. Em nota, a defesa dela disse que só vai se manifestar nos autos do processo.
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