Conteúdo publicado há 4 meses

Polícia encontra remédios para yanomamis vencidos e abandonados em Roraima

Diversos remédios que seriam destinados ao povo indígena Yanomami foram encontrados pela Polícia Civil de Roraima em uma casa abandonada no bairro de São Francisco, em Boa Vista.

O que aconteceu

Os medicamentos estavam vencidos, segundo nota da Polícia Civil divulgada nesta quinta-feira (1).

Os policiais encontraram os remédios enquanto investigavam denúncias de tráfico de drogas no bairro.

"Nas buscas no local, constatamos que os medicamentos eram destinados ao DSEI [Distrito Sanitário Especial Indígena] Yanomami. Eram muitas caixas, com diversos medicamentos, muitos vencidos desde 2021", disse a delegada Magnólia Soares, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública.

A PF (Polícia Federal) foi acionada pelos policiais civis.

Nas imagens divulgadas pela Polícia Civil, é possível ver várias unidades do antibiótico amoxicilina e do antifúngico nistatina.

O Ministério da Saúde repudiou o descarte dos remédios "vencidos durante a gestão passada", no governo Jair Bolsonaro (PL). "A pasta irá colaborar com as investigações, fornecendo todas as informações necessárias às autoridades". A pasta também diz que "trabalha no fortalecimento de medidas e ações para a reestruturação dos Distritos Sanitários Indígenas" após "anos de abandono e desmonte da saúde indígena".

O UOL também entrou em contato com a PF e com o Ministério dos Povos Indígenas. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

Remédios para yanomamis encontrados em casa abandonada
Remédios para yanomamis encontrados em casa abandonada Imagem: Divulgação
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Mortes de yanomamis

Mortes de yanomamis continuam em alta. Apesar de ter declarado situação de emergência no território Yanomami no primeiro mês de mandato, o governo Lula (PT) não conseguiu frear a mortalidade do povo indígena em 2023.

O Ministério da Saúde registrou 308 mortes na Terra Indígena Yanomami nos primeiros 11 meses de 2023. O dado mais recente vai até o dia 30 de novembro e não conta os casos de dezembro. Em 2022, segundo a pasta, foram 343 mortes no total.

Novo cronograma de ações. A Justiça Federal de Roraima determinou, no mês passado, que a União apresente um novo cronograma de ações contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.

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