Conteúdo publicado há 8 meses

Renato Cariani nega ter usado dados de crianças em esquema ilegal

O fisiculturista e influencer fitness Renato Cariani negou que tenha usado dados de crianças em suposto esquema para comprar hormônio do crescimento com desconto.

O que aconteceu

Cariani negou que tenha solicitado dados de crianças para um esquema ilícito. Segundo a Polícia Federal, o influencer teria feito o pedido em conversa com uma amiga. Cariani diz que não pediu à amiga que prescrevesse receita, porque ela não é médica, e alegou que tratava com ela uma "questão comercial para liberação de voucher dentro da indústria farmacêutica".

O influencer afirmou não haver "nenhum esquema [com dados de crianças]". "Foram apenas duas vezes que eu precisei desse voucher, que não tem nada a ver com a receita, prescrição médica, com nada, de um medicamento que eu recebo prescrição para utilizar e que eu nem me recordo se eu consegui viabilizar esses vouchers ou não, porque [ocorreu] há sete anos. Gente, foram duas tentativas que nem sei se deu certo", afirmou em vídeo publicado no YouTube.

Cariani exlicou que o produto em questão é o norditropin. O medicamento é usado para repor a baixa quantidade de hormônio de crescimento — ele alega que tem prescrição de seu médico pessoal para isso.

Bom, para quem não conhece, esse produto [solicitado] foi prescrito pelo meu médico do esporte, que acompanha minha preparação, durante duas competições: em 2017 e em 2018. Esse medicamento meu médico prescreve para mim para duas ações: melhora da minha performance como atleta e para melhora da degeneração que eu tenho nas minhas articulações em tendões, fruto do desgaste dos anos de treino. Em nenhum momento eu estava pedindo para ela produzir receitas pra mim, porque ela nem médica é. Ali era uma questão totalmente administrativo-comercial, [em que] ela estava realizando ali o cadastro junto à indústria farmacêutica.
Renato Cariani, em vídeo no YouTube

Entenda o caso

PF identificou pedido ao analisar trocas de mensagens entre Cariani e uma amiga dele, em julho de 2017. Na ocasião, o influenciador pergunta se uma colega consegue providenciar o nome de duas crianças e dos pais delas para ele fazer as compras do produto. "Consigo, sim", teria respondido a amiga.

Amiga de Cariani usava dados de crianças para fazer cadastros junto a farmacêuticas. O UOL apurou que o objetivo de Cariani com o esquema, segundo a PF, seria comprar os hormônios por preços mais baixos. "Já liguei lá. Fiz o cadastro e ela me enviou o número do voucher", escreveu a amiga do influenciador em uma das mensagens.

Material da PF é o mesmo que deu origem à denúncia que tornou Cariani réu por tráfico de drogas. Apesar de constar nas investigações da corporação, não há, nesse momento, um inquérito em andamento pelo MP de São Paulo sobre essas mensagens. Elas não constam na denúncia do MP contra o influencer.

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Réu por tráfico e lavagem de dinheiro

A Justiça aceitou denúncia contra o influenciador e outras quatro pessoas. Eles vão responder por suspeita de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.

O grupo teria desviado produtos químicos para produção de drogas. Segundo denúncia do MP de São Paulo e da Receita Federal, os casos ocorreram entre os anos de 2014 e 2020.

Os réus também teriam ocultado e dissimulado procedência do dinheiro. "Os valores provenientes dos crimes de tráfico de drogas acima noticiados, por meio de depósitos em espécie realizados por interpostas pessoas, convertendo em ativo lícito o montante aproximado de R$ 2.407.216,00 (dois milhões, quatrocentos e sete mil e duzentos e dezesseis reais)", diz a denúncia do MP.

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