IBGE: Cresce número de mulheres que se tornam mães depois dos 40 anos

O número de filhos por mulher no Brasil caiu 13% entre 2018 e 2023, mas cresceu dentre aquelas com mais de 40 anos. Nesse grupo, houve aumento de 16,8%, segundo o estudo Estatísticas de Gênero, divulgado hoje pelo IBGE.

O que aconteceu

O grupo de bebês nascidos de mães entre 40 e 49 anos foi o único que cresceu no período. Passou de 90,9 mil em 2018 para 106,1 mil em 2022. Desde 2010, o crescimento é ainda maior de 65,8%.

Quantidade de filhos por mulher cai nas demais idades. A maior queda foi entre garotas de 10 a 19 anos (-30,8%), seguida pelo grupo de 20 a 29 anos (-11,2%) e aquelas com idade entre 30 e 39 anos (-10%).

IBGE diz que a decisão de adiar ter filhos tem relação com escolarização e maior participação no mercado. Segundo o estudo, em 2022, elas correspondiam a 60,3% dos estudantes concluintes nos cursos presenciais de graduação. A taxa de participação feminina na força de trabalho era de 53,3% neste mesmo ano, percentual ainda muito inferior ao dos homens (73,2%), mas que vem crescendo no longo prazo.

Número de nascimentos ainda é maior entre mulheres de 20 a 29 anos, mas com trajetória de queda. Em 2018, foram 1.419,9 milhão de bebês nascidos de mães entre essas idades. Em 2022, foram 1.260,2 milhão.

No geral, houve redução de 13% do número de filhos por mulheres: de 2,94 milhões para 2,56 milhões de 2018 a 2022. O número de nascidos vivos de mães adolescentes caiu 42,9% entre 2010 e 2022. De 552,6 mil para 315,6 mil.

Depois de estourar meta em 2020 e 2021, mortalidade materna voltou a diminuir. O índice compreende as mortes maternas obstétricas diretas e indiretas por 100 mil nascidos vivos. A meta é reduzi-lo para menos de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030.

O Brasil esteve abaixo da meta de 2010 a 2019. Em 2020, com a pandemia de covid-19, a razão de mortalidade materna aumentou 29 % em relação a 2019, alcançando 74,7 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Em 2021, atingiu 117,4 óbitos por 100 mil nascidos vivos com taxa de variação de 57,2% em relação ao ano anterior. Em 2022, o indicador retornou a patamar próximo de 2019, com 57,7 mortes por 100 mil nascidos vivos.

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Casamento precoce diminui

O número de casamentos precoces com meninas caiu 65,1% no Brasil de 2011 para 2021. O casamento civil no país é permitido para pessoas acima de 18 anos — em casos com noivas entre 16 e 17 anos, elas precisam ser emancipadas ou ter autorização dos pais ou representantes legais, prevê a legislação.

IBGE diz que esse fenômeno impacta mais a vida das meninas do que meninos. Em 2021, foram 17 mil casamentos envolvendo meninas de até 17 anos (1,8% do total de casamentos), contra 1.900 casamentos envolvendo meninos com a mesma faixa etária (0,2% do total).

Adolescentes se casam mais em Rondônia e no Maranhão. Os estados com maior índice de casamento precoce são Rondônia (6,1% do total) e Maranhão (3,5%).

Pré-natal e contracepção

A taxa de mulheres que usam algum tipo de método contraceptivo diminuiu. No Brasil, o índice era de 82,6% em 2013 e foi para 79,7% em 2019.

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Entre as mulheres brancas, a redução foi maior, de 82,8% para 79,3% (queda de 3,5 pontos percentuais), no mesmo período. Entre as mulheres negras a diminuição foi de 82,3% para 80% (diferença de 2,3 pontos percentuais). O número leva em consideração mulheres casadas ou em união estável, de 18 a 49 anos, que tiveram relações sexuais nos últimos meses e não estavam na menopausa.

A prevalência contraceptiva é um indicador de avaliação do acesso ao planejamento reprodutivo e que, sobretudo, acompanha o engajamento da sociedade em ações que garantam a igualdade de gênero, em particular, o reconhecimento de que a maior parte dos custos da reprodução humana recai sobre o corpo da mulher e sua convivência em sociedade.
IBGE

O percentual de mulheres que tiveram acesso ao menos a seis consultas no pré-natal cresceu de 2013 para 2019. Saiu de 80,7% para 84,2% no país.

O aumento se deve ao crescimento do percentual entre as mulheres negras — de 75,3% para 83%. Entre as brancas, houve uma redução de 88,9% para 86,8%.

Errata:

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  • Diferentemente do que informava o texto, entre as mulheres negras, a diminuição da taxa de quem usa algum tipo de método contraceptivo reduziu para 80%, e não para 90%. O texto foi corrigido.

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