Assassinato de Marielle contou com meses de planejamento, diz PF
O planejamento do assassinato da vereadora Marielle Franco levou meses, segundo investigação da Polícia Federal cujos detalhes foram divulgados neste domingo (24). Ela foi assassinada no dia 14 de março de 2018 junto ao motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, e os planos começaram no segundo semestre do ano anterior.
O que aconteceu
Suspeitos do crime foram presos neste domingo (24). Os documentos que embasaram a prisão dos irmãos Chiquinho Brazão, deputado federal pelo União Brasil, e Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ, além de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do RJ, foram divulgados após quebra de sigilo efetuada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Irmãos Brazão contataram Macalé. Trecho do relatório explica que o primeiro passo na execução do crime se deu no segundo semestre de 2017, quando os irmãos Brazão contataram Edmilson Macalé, "pessoa próxima de Chiquinho, miliciano da área de Oswaldo Cruz, reduto eleitoral e imobiliário da família, e lhe fizeram a proposta para matar a vereadora Marielle Franco".
Garantia de impunidade. Na negociação para a execução do crime, segundo declarações de Ronnie Lessa colhidas pela PF, os irmãos contrataram dois serviços: a execução de Marielle, por meio de Macalé e Lessa, e a "garantia prévia da impunidade junto à organização criminosa instalada na Divisão de Homicídios da PCERJ, comandada por Rivaldo Barbosa".
Diante do teor da proposta, Macalé convidou Ronnie Lessa, notório sicário carioca, para a empreitada criminosa, que [SIC], seduzido pela possibilidade de se tornar um miliciano detentor de uma extensa margem territorial, aceitou o convite e ambos foram à primeira reunião com os irmãos, devidamente intermediada por Robson Calixto Fonseca, vulgo Peixe
Polícia Federal em relatório
Irmãos Brazão negam envolvimento com a morte de Marielle. O advogado Ubiratan Guedes, que representa Domingos, disse que tem "certeza que ele é inocente. Ele não tem ligação com a Marielle, não conhecia".
A assessoria de imprensa do conselheiro disse que ele foi "surpreendido" com a determinação do STF. "Desde o primeiro momento sempre se colocou formalmente à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos que entendessem necessários". O deputado federal disse que não há "qualquer motivação que possa lhe vincular ao caso e nega qualquer envolvimento com os personagens citados".
A defesa do delegado Rivaldo disse que ainda não teve acesso aos autos nem à decisão que decretou a prisão. Portanto, não vai se manifestar.
O UOL não conseguiu localizar a defesa de Chiquinho.
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