PM encontra nove armas em casa de líder do PCC, que segue foragido
A PM encontrou nove armas hoje de manhã em uma casa de alto padrão de Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, apontado como líder do PCC, que segue foragido.
O que aconteceu
A PM apreendeu dois fuzis, uma submetralhadora, cinco pistolas e um revólver no imóvel de Cebola — que fica no Tatuapé (zona leste de São Paulo). Ele é um dos alvos da operação do Ministério Público deflagrada nesta terça (9) contra empresas de ônibus suspeitas de envolvimento com a facção criminosa. Também foram localizadas na casa mais de 500 munições — 280 delas eram só de armas de grosso calibre.
A operação mira empresários da UPBus e da TransWolff. Segundo o MP, as "organizações criminosas" lavam dinheiro do tráfico de drogas, roubos e outros ilícitos.
A Justiça determinou bloqueio de mais de R$ 600 milhões em patrimônio. Em um dos imóveis, os agentes encontraram dinheiro e joias. A Receita Federal identificou esquemas tributários para lavagem de dinheiro do crime organizado. Mesmo em anos em que registravam prejuízos, as empresas alvo da operação distribuíam ganhos milionários a seus sócios, segundo a Receita.
Até o momento, seis pessoas foram presas hoje. Três tinham mandado de prisão e as outras três foram detidas em flagrante.
Entre os presos estão Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, dono da Transwolff, e Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da Transwolff. O primeiro foi detido em casa, enquanto o segundo estava na garagem da empresa. A polícia também prendeu Joelson Santos da Silva. Silvio Luis Ferreira, da UPBus, ainda não foi encontrado.
Outro homem foi preso em flagrante por porte ilegal de armas. Elio Rodrigues dos Santos não era alvo da operação. A reportagem tenta contato com a defesa de todos os citados. O espaço está aberto em caso de manifestação.
Quem é Cebola
Cebola é apontado pela polícia como dono de ao menos 56 ônibus da UPBus Qualidade em Transportes S/A. A empresa fica no bairro do Limoeiro, na zona leste de São Paulo.
No mesmo endereço da empresa, Cebola foi preso por PMs com R$ 150 mil em espécie quase meia tonelada de maconha em 2012. De acordo com os PMs, ele escondia a droga em um veículo estacionado na garagem da cooperativa. Segundo a polícia, ele usava os nomes falsos de Rodrigo Martins Santana e Márcio Barbosa Santos.
Criminoso foi levado para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), um dos mais fortes redutos do PCC. Em março de 2014, saiu em liberdade por meio de alvará de soltura expedido pela Justiça, segundo Josmar Jozino, colunista do UOL.
Em 2014, Cebola foi condenado a 14 anos e 3 meses em regime fechado. O criminoso, no entanto, já havia sido solto e até hoje não foi localizado.
Cebola e outros 17 réus são investigados em outro processo por lavagem de dinheiro e associação à organização criminosa. Eles são acusados de movimentar R$ 1 bilhão do PCC no período de janeiro de 2018 a julho de 2019, arrecadados com o tráfico de drogas.
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