Transmissão ao vivo: o que se sabe sobre caso de câmera oculta em banheiro

Em fevereiro deste ano, uma jovem de 16 anos, cuja família havia alugado uma residência em Anápolis (GO), descobriu uma microcâmera na tomada do banheiro do local. Um empresário de 36 anos foi preso pela Polícia Civil de Goiás por suspeita de instalar o dispositivo.

Câmera no banheiro

A câmera estava escondida na tomada do banheiro. Em imagens feitas no local após a descoberta, é possível notar que o buraco do meio da tomada, onde geralmente é encaixado o pino ligado ao fio terra, havia sido aumentado. Dentro dele é que estava a pequena câmera.

O equipamento foi descoberto em um momento em que a jovem estava sozinha em casa porque não pôde ir à aula. Ela ouviu cachorros latindo em direção ao banheiro da casa: era Francismar, suspeito de instalar o equipamento, quem estava no local, sem que a família soubesse. Ele é o dono do imóvel que havia sido alugado para a família e foi preso na última sexta-feira (19).

A adolescente percebeu que a tomada não estava na posição correta e levou um susto ao encontrar o equipamento. Em seguida, ela ligou para o pai, que correu até a casa da família.

Câmera fazia transmissões ao vivo das imagens captadas no banheiro da casa e também armazenava os arquivos, segundo a Polícia Técnico-Científica.

Segundo as investigações, a câmera ficou no imóvel por aproximadamente 15 dias, registrando banhos e rotina dos moradores, inclusive crianças e adolescentes.

Vídeo mostra Francismar arrumando a câmera no banheiro. Imagens divulgadas pela Polícia Civil de Goiás mostram o empresário preso por suspeita de instalar a microcâmera na tomada da residência alugada mexendo no aparelho. A gravação é do dia 8 de fevereiro de 2024 e a suspeita é de que ele foi até o imóvel para arrumar o aparelho, que estava posicionado para o chuveiro. Como a câmera tem sistema de áudio, é possível ouvir o som ambiente, como os latidos do cachorro da família.

'Atitudes estranhas' do proprietário

A família se mudou para o imóvel alugado em fevereiro. Após 15 dias, a adolescente encontrou a câmera. "Ela gritava bastante, dizendo que tinha uma câmera escondida no banheiro. Pedi para me mandar uma foto e constatei que se tratava de uma câmera realmente. [Ele] filmou todas as mulheres da casa tomando banho e até uma criança de oito anos, que também ficou com trauma", contou o pai dela.

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Além da adolescente, moravam na casa a mãe dela, uma tia e o irmão de oito anos. Os pais são divorciados. "Eles se mudaram para ficar mais perto do trabalho da minha ex-esposa e da escola da minha filha. Parecia tudo normal, mas depois tudo se encaixou quando descobrimos a câmera."

O pai da jovem afirma que o proprietário do imóvel teve atitudes estranhas logo no início. Segundo ele, o dono do imóvel foi até a casa no segundo dia de mudança, com a justificativa de desinstalar um equipamento usado para fazer imagens de monitoramento de câmeras de segurança.

Acreditamos porque havia realmente uma câmera de segurança na garagem. Mas, por que tirar as câmeras de segurança? No mesmo dia, ele pediu para usar o banheiro. Minha filha disse que ele poderia utilizar a suíte, mas ele insistiu para entrar no banheiro social e ficou lá uns dez minutos. Tenho certeza que foi nesse dia que Francismar instalou a câmera.

Investigação

Caso é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Anápolis. A polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Francismar e apreendeu dispositivos eletrônicos para serem periciados.

O suspeito também é dono de uma empresa de energia solar, com acesso ao interior de várias residências, o que leva a Polícia Civil a acreditar na existência de mais vítimas, disse a delegada Aline Lopes, responsável pelas investigações.

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Ele poderá responder pelo crime de registrar cenas de nudez de criança e adolescente, além da invasão da casa. Além do mandado de prisão, também cumprimos um mandado de busca e apreensão na casa dele. Apreendemos vários celulares e computadores que serão periciados e ele pode responder por mais crimes.
Aline Lopes, delegada

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