Chuva em Porto Alegre alaga rodoviária; medição do Guaíba está prejudicada
A rodoviária de Porto Alegre foi invadida pela água das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul.
O que aconteceu
Lojas da rodoviária ficaram inundadas. Imagens gravadas por pessoas que estavam no local na manhã desta sexta-feira (3) mostram todos os estabelecimentos fechados.
Água também chegou ao centro histórico de Porto Alegre. Em comunicado nas redes sociais, a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) orientou que os deslocamentos para a cidade devem ser evitados e a população deve buscar locais seguros.
Centros de Treinamento do Internacional e do Grêmio alagaram. O Parque Gigante, CT do Inter, fica próximo à margem do Guaíba.
Capital tem 26 pontos totalmente bloqueados por enchentes. Outras nove vias estão parcialmente bloqueadas e a Estrada Retiro da Ponta Grossa, na altura do número 6.000, está com fios de um poste caídos.
Estação que mede nível do rio Guaíba apresentou problemas de leitura. Segundo a Defesa Civil do estado, o problema ocorreu no cais Mauá durante a madrugada e, por isso, os técnicos do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento estão fazendo a medição do nível manualmente "in loco".
Pela manhã, Guaíba chegou a 3,7 metros, de acordo com medição do governo estadual. O nível foi registrado pela Sema (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura) às 9h15. O Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) estima que o nível possa chegar a 5 metros.
Rio Grande do Sul tem ao menos 38 mortos
Outras pessoas estão desaparecidas, centenas estão ilhadas e milhares, desabrigadas. As mortes mais recentes foram confirmadas no município de São Vendelino. Os corpos de pai e filho, desaparecidos em um deslizamento de terra na terça-feira (30) foram encontrados, segundo o Corpo de Bombeiros Voluntário do município. Uma dessas mortes e outros 36 óbitos foram divulgados em boletim da Defesa Civil, às 13h30 desta sexta-feira (3).
Ao todo, 235 dos 497 municípios gaúchos foram afetados pelas fortes chuvas que se estenderam desde o início da semana. Há 23 mil pessoas desalojadas, 7.949 em abrigos e 74 feridos, de acordo com o último balanço da Defesa Civil. No ano passado, mais de 80 pessoas morreram no estado, vítimas de três enchentes e eventos menores.
Estado de calamidade pública. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), decretou estado de calamidade pública na noite de quarta (1º), com prazo de 180 dias. As chuvas e enchentes foram classificadas como desastres de nível 3, "caracterizados por danos e prejuízos elevados". Todo o estado foi colocado sob alerta de inundação ou inundação severa.
Com a queda de barreiras e destruição de estradas, há comunidades isoladas e incomunicáveis. Familiares de moradores das cidades de Relvado, Encantado e Caxias do Sul, por exemplo, relatam que estão há dias sem conseguir contato com eles. Há municípios inteiros sem água ou luz.
O governador afirmou que o total de mortes ainda deve subir. "Infelizmente, sabemos que esses números vão aumentar", afirmou.
* Com informações da Agência Estado
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.