MP é contra soltura de condutor da Porsche que causou colisão com morte
O Ministério Público se posicionou contra a soltura de Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista do Porsche que causou o acidente que matou uma pessoa em São Paulo. Defesa do empresário havia pedido na segunda-feira (20) que o réu respondesse em liberdade.
O que aconteceu
MP emitiu parecer dois dias após defesa entrar com recurso para que Fernando seja solto. Advogados dizem que prisão preventiva foi "influenciada pela massiva campanha midiática pela responsabilização do rapaz da Porsche".
Promotora Bruna Ribeiro Dourado Varejão diz que existe risco concreto de reiteração do delito e manipulação de provas. Fernando tem histórico de multas por excesso de velocidade e já foi autuado por um racha na avenida Paulista.
Foi demonstrado, também, que o acusado influenciou o depoimento de testemunhas, ainda durante o inquérito policial, havendo indícios que, caso mantido em liberdade, pode manipular as provas, em prejuízo à elucidação dos fatos. Foi demonstrado, também, que o acusado influenciou o depoimento de testemunhas, ainda durante o inquérito policial, havendo indícios que, caso mantido em liberdade, pode manipular as provas, em prejuízo à elucidação dos fatos.
Bruna Ribeiro Dourado Varejão, promotora
Decisão que decretou a prisão de Fernando citou relatos de testemunhas de que o motorista do Porsche estava alcoolizado e "não conseguia nem sequer parar em pé". O documento foi assinado pelo desembargador João Augusto Garcia em 3 de maio.
Advogados dizem que Fernando estava apenas "atordoado pelo impacto". Eles negam que ele estive "alcoolizado ou cambaleante nem com a voz pastosa" no momento do acidente. Imagens da câmera corporal dos policiais que atenderam a ocorrência mostram Fernando após a batida.
Fernando está na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, e divide cela com outro preso.
O UOL tenta contato com a defesa do empresário. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
Condutor de Porsche é réu
Fernando é réu sob a acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar) qualificado e lesão corporal gravíssima. A denúncia foi feita pela promotora Monique Ratton, do Ministério Público de São Paulo.
Motorista de aplicativo Ornaldo Viana, 52, morreu após a colisão e Marcos Vinicius Rocha, 22, amigo do motorista do Porsche, ficou gravemente ferido. Fernando transitava em velocidade acima de 156 km/h pouco antes da colisão — a velocidade permitida na via onde houve a batida é de 50 km/h.
Fernando negou ter consumido bebida alcoólica antes da colisão. O empresário afirmou ainda, em entrevista ao Fantástico (TV Globo) no início do mês, que não teve nenhum tratamento privilegiado e foi tratado "como qualquer um" pela Polícia Militar. Apesar da declaração, uma sindicância aberta na corporação apontou que houve "falha de procedimento" dos PMs que abordaram o condutor após o acidente.
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